Santa nostalgia, Batman! Com o início deste “Stars Aligned” com “Voodoo”, fica-se com dúvida se estamos realmente em 2015 ou se andámos outra vez a viajar no tempo – algo frequente para quem anda nestas coisas da música, é-se transportado não só para os locais mais estranhos como também para os momentos mais inesperados. Estes Stargazery são um projecto que resultou da união entre o guitarrista Pete Ahonen (dos Dreamtale, Burning Point e Ghost Machinery) e o vocalista Jari Tiura (dos MSG e Snakegod) e pode ser resumido a um termo muito simples: clássico hard rock melódico. E não, não foi apenas em “Voodoo”. Cada uma destas faixas transporta-nos para a década de oitenta, onde a laca libertada pelas bandas de hard rock foi a grande responsável pelo buraco do ozono.
O que quererá dizer para muitos bons leitores da Metal Imperium que se trata de um bom motivo para se porem ao fresco, já que podem temer duas das mais temíveis maleitas deste tipo de coisa: o ataque da traça mutante, escondida nos anos mas que se solta sempre que a nostalgia ataca, e o cheiro a nafta, exactamente por se ter algo guardado durante tanto tempo. É aqui que se separa daquilo que podemos chamar retro. O retro tem sempre aquele odor a fresco porque normalmente é sempre ajudado por modas actuais. Ser retro é uma tendência que vai mudando o estilo escolhido mas que normalmente está na moda – ou em casos raros, cria modas. A nostalgia, por sua vez, pega em coisas que poucos têm saudades e que até podem causar algum embaraço.
“Stars Aligned” não é de forma alguma retro, mas também não é uma desgraça tão grande que cause embaraço. Parece realmente que saiu de alguma pedra esquecida na década de oitenta, mas as suas músicas vivem e sustentam-se por si só. Temas como “Invisible” e “Painted Into A Corner” podem ser algo cheesy, mas são inegavelmente bons temas de heavy metal, onde a qualidade instrumental é inegável (grande solo de teclados na “Invisible”) e a voz de Tiura é aquela qualidade que já se reconhece. Claro que falando em hard rock melódico, tem que se falar em baladas com potencial para a arte de fazer o amor – uma arte difícil de atingir já que por vezes cai-se na azeitice rançosa.
As estrelas estão alinhadas para ter de forma inesperada um trabalho de qualidade onde existe uma versatilidade para focar vários géneros da música pesada melódica – “Dark Lady” por exemplo é um tema com um delicioso sabor neoclássico fundido com musical de Andrew Lloyd Weber. Este é um projecto que mesmo não tocando nos botões correctos para andar nas bocas do mundo, tem qualidade suficiente para se aguentar nos leitores por algum tempo. Para algo com potencial para ser um casulo de traças, não está nada mau.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira
O que quererá dizer para muitos bons leitores da Metal Imperium que se trata de um bom motivo para se porem ao fresco, já que podem temer duas das mais temíveis maleitas deste tipo de coisa: o ataque da traça mutante, escondida nos anos mas que se solta sempre que a nostalgia ataca, e o cheiro a nafta, exactamente por se ter algo guardado durante tanto tempo. É aqui que se separa daquilo que podemos chamar retro. O retro tem sempre aquele odor a fresco porque normalmente é sempre ajudado por modas actuais. Ser retro é uma tendência que vai mudando o estilo escolhido mas que normalmente está na moda – ou em casos raros, cria modas. A nostalgia, por sua vez, pega em coisas que poucos têm saudades e que até podem causar algum embaraço.
“Stars Aligned” não é de forma alguma retro, mas também não é uma desgraça tão grande que cause embaraço. Parece realmente que saiu de alguma pedra esquecida na década de oitenta, mas as suas músicas vivem e sustentam-se por si só. Temas como “Invisible” e “Painted Into A Corner” podem ser algo cheesy, mas são inegavelmente bons temas de heavy metal, onde a qualidade instrumental é inegável (grande solo de teclados na “Invisible”) e a voz de Tiura é aquela qualidade que já se reconhece. Claro que falando em hard rock melódico, tem que se falar em baladas com potencial para a arte de fazer o amor – uma arte difícil de atingir já que por vezes cai-se na azeitice rançosa.
As estrelas estão alinhadas para ter de forma inesperada um trabalho de qualidade onde existe uma versatilidade para focar vários géneros da música pesada melódica – “Dark Lady” por exemplo é um tema com um delicioso sabor neoclássico fundido com musical de Andrew Lloyd Weber. Este é um projecto que mesmo não tocando nos botões correctos para andar nas bocas do mundo, tem qualidade suficiente para se aguentar nos leitores por algum tempo. Para algo com potencial para ser um casulo de traças, não está nada mau.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira