“This song is not for the living/This song is for the dead” são as primeiras frases de “XIX” e do novo disco de Slipknot. Seis anos após “All Hope Is Gone”. Quatro anos após a morte de Paul Gray. Meses após o rompimento com o baterista Joey Jordison. Todos esses momentos passam à nossa frente quando ecoam estas primeiras palavras. Tal como “Hell’s Bells” no “Back in Black “ dos AC/DC, os primeiros momentos remetem para a memória. Depois, bem… depois é a habitual montanha russa de riffs, melodia e agressividade como só os Slipknot sabem fazer. Tomaram tudo e todos de surpresa, tiveram uma ascensão rápida e conseguiram manter-se sempre a um nível superior, mas a partir de um dado momento pareciam dominados pela máquina. Este “.5: The Gray Chapter” é o uivo do lamento, o grito de dor, mas também o berro da liberdade.
“.5: The Gray Chapter” é, provavelmente o digno sucessor de “Iowa”, a injecção de raiva que uma geração de fãs pedia desde que os Slipknot abafaram os Metallica no Rock In Rio de 2004. É só escutar “Lech”, por exemplo, ou ouvir uma fixa orelhuda como “Custer” e imaginar a nuvem de pó que poderá levantar ao vivo. Se “The Devil in I” é uma ex
celente malha, orelhuda e a pedir airplay, não é a única, como o prova a já referida “Custer” ou “The Negative One”, com uma entrada grind e um crescendo que só pára no coro. “Override” é um hino ao Metal, cruzando diversos estilos e com alguns dos coros mais harmoniosos da carreira do grupo, a par dos de “AOV”. E que dizer de “Sarcastrophe”? Slipknot vintage!
Numa carreira que já vai longa, o colectivo poderá não ter muitos álbuns de originais, mas tem conseguido gravar diversos clássicos e este é um deles! “.5: The Gray Chapter” é um clássico na discografia do grupo e um trabalho incontornável! Obrigatório!!!
Nota: 9/10
Review por Emanuel Ferreira