Frontiers. Projecto/supergrupo. Cromos difíceis da cena de hard rock/AOR mundial. Quando se tem a sensação de que se está a falar sempre da mesma coisa, falar de forma telegráfica, algo que até pode causar uma certa irritação, mas que no caso da Frontiers, é sentimento que não consegue vingar, quando a editora insiste em criar projectos que debitam música bem acima da média, como é o caso destes Revolution Saints. A formação acenta num power trio de respeito, com Deen Castronova (dos Journey) na bateria, o baixista Jack Blades (dos Night Ranger) e Doug Aldrich nas guitarras (ex-Whitesnake e Dio), ajudados pelo eterno trabalhador ao serviço da editora italiana, Alessandro Del Vecchio nas teclas, na composição e tratou da produção. As vozes, essas, estão a cargo de Castronova, com uma voz bem versátil e ideal para este tipo de coisas.
Não há muito que ter dúvidas em relação ao que se ouve aqui, é hard rock de qualidade, com alguma raça e muita melodia. Provavelmente um pouco polido demais para aqueles que gostam de mais revolta na sua música, mas riffs como o de "Locked Out Of Paradise" e "Strangers To This Life" são bem cativantes, já para não falar dos solos cheios de feeling que Aldritch tão bem nos habitou ao longo da sua carreira. Claro que quando se fala de hard rock melódico, temos sempre que esperar uma ou outra balada mais melosa mas mesmo quando elas surgem, são arrebatadoras (com a participação de Neal Schon, num inspirado solo de guitarra). Ou seja, quer seja no rock mais duro, ou na balada mais melosa, a qualidade é garantida.
Del Vechio é um mestre nestas coisas e consegue com que o som fique poderoso, moderno, mas ao mesmo tempo reter aquele sabor clássico que fez com que este estilo tivesse sido muito querido décadas atrás. Não há razões aqui para que essa tendência mude, mesmo que estejamos inseridos noutros tempos, em que a música popular ditou que álbuns como este auto-intitulado dos Revolution Saints ficasse de fora. Para isso existe o underground, não sendo apenas para a música mais extrema, mas como também para a mais melódica. Não fosse algum excesso de baladas e este álbum esmagaria mesmo. Ainda assim, dá para impressionar.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira