O conceito de Coronatus é um pouco risível: se bandas com uma vocalista funcionam bem, então com duas funciona melhor. Vai daí e ensaia-se um grupo melódico com vocal battles, coros e tal. Despachado o comentário Spinal Tap, resta ir à música e centrar no que realmente interessa porque exemplos destes existem em muitos grupos, alguns até a encherem estádios!
“Cantus Lucidus” é já o sexto trabalho deste (por agora) quarteto germânico, mas o primeiro com este duo vocal, já que a formação do grupo, desde 1999 até hoje, é algo inconstante sendo o baterista Mats Kurth o único elemento da fundação do grupo. Talvez isso se reflicta no som do grupo ora sinfónico – “Deborah” – ora buscando inspirações em sons mais medievais como em “No Holy Wars”. Também as letras variam entre o inglês e o alemão, mostrando a versatilidade do grupo, que aqui se apresenta com um baixista de estúdio, enquanto não preenche a vaga.
Embora alguns temas sejam agradáveis ao ouvido – “Schnee & Rosen”, logo a abrir - a meio da audição fica-se com a sensação de repetição, pois a estrutura assenta em demasia nos vocais e na alternância entre eles, muitas vezes acompanhada de variações rítmicas, num resultado demasiado melodioso e pouco audaz. Mesmo a introdução de variações, como o violino gaélico - “No Holy Wars” – acaba a redundar em soluções dentro da mesma estrutura dos outros temas.
Um disco que se pode revelar interessante para aqueles que conhecem o estilo muito superficialmente ou até mesmo o ignoram. Para quem conhece outros nomes, não passará de mais um disco. “No Holy Wars” acaba por ser o melhor tema, até porque resume bem o conceito de todo o disco.
Nota: 6/10
Review por Emanuel Ferreira