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Lonewolf - "Cult Of Steel" Review


Embora pela abertura do tema título não pareça, os Lonewolf mostram reverência a duas lendas do power metal germânico. Com riffs de guitarra a fazer lembrar os Running Wild e a voz de Alex Hilbert, que também está encarregue da guitarra solo, faz lembrar o grasnar mítico de Chris Boltendahl, dos Grave Digger. São óptimas referências para qualquer banda de power metal mas também os Lonewolf não são propriamente novatos. “Cult Of Steel” é já o seu o seu sétimo trabalho, mostrando uma regularidade impressionante nos últimos três anos, tendo editado um álbum por ano – algo que até parece que não é deste tempo em que estamos actualmente inseridos.

A questão é que, um pouco à semelhança das outras bandas mencionadas anteriormente, há o enorme risco de depararem com um beco sem saída criativo. Não é expectável que se descubra a pólvora no que diz respeito ao power metal, por isso o foco tem que estar obrigatoriamente em compor músicas de qualidade e se a banda não conseguiu ultrapassar a mediania nos dois últimos álbuns, aqui parece finalmente ter um conjunto de temas com intensidade e qualidade interessantes, ao ponto de não se dizer que é apenas mais um álbum de Lonewolf ou de pior ainda, mais um álbum de power metal alemão mesmo que seja por parte de uma banda francesa.

Felizmente é exactamente o oposto que acontece, nomeadamente no trabalho de guitarras, sejam nos riffs a lembrar os bons velhos tempos de Running Wild (a “Hell’s Legacy” é melhor que qualquer coisa que a banda liderada por Rolf Kasparek tenha lançado nos últimos anos) sejam nas constantes harmonias. É um álbum que causará nostalgia nos que têm power metal no seu coração. Sem grandes complicações, sem grandes invenções, apenas power metal com refrões memoráveis (embora neste ponto ainda não esteja a 100%), riffs viciantes e harmonias e solos de guitarra de extremo bom gosto. Talvez não seja o trabalho mais original do mundo, mas o que interessa é que a banda mostra ter o coração no sítio certo. No lugar onde o que resulta são grandes temas.


Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira