Este álbum, que poderá ter passado despercebido para a maior parte dos apreciadores de música pesada que seguem o trabalho da editora norte-americana Metal Blade, já que foi lançado em edição de autor no já semi-longínquo ano de 2009. No entanto, a banda entrou em acordo com a Metal Blade e dessa forma, vão estar disponíveis os dois álbuns, este que estamos analisar e o “Red Forest” que se lhe seguiu três anos depois e o qual deverá ser também sujeito a análise em breve. Ora, apesar do espectro ligeiramente alargado (alargado, não escancarado) não deixa de ser curioso ver a Metal Blade reeditar álbuns de uma banda que apesar de algum apreciável peso, não deixa de ser uma banda de pós-rock.
Não há nada de errado com isso, apenas é curioso. Quanto ao trabalho em si, “Above The Earth, Below The Sky” chega numa altura em que o género embora não esteja moribundo, já não tem muito a oferecer. Na verdade, já não tinha muito a oferecer quando foi lançado originalmente. Os lugares comuns estão todos aqui e estão todos de forma perfeita, pelo que o fã comum de pós-rock vai ficar deliciado com as dez músicas aqui contidas, já que estes quarenta e cinco minutos fluem de forma irrepreensível, conseguindo atingir o propósito, quanto a mim, do pós-rock. Fazer com que o ouvinte viaje.
Agora, será que os apreciadores daquilo que a Metal Blade normalmente lança vai gostar disto? Não se pode dizer que o pós-rock seja um estilo explorado pela editora, no entanto os “If These Trees Could Talk” oferecem um peso na distorção das guitarras que qualquer fã de hard’n’heavy não poderá ficar indiferente. Basta gostar de música instrumental, de picos emotivos que a mesma transmite – algo que a música instrumental deve oferecer, independentemente de ser pós-rock ou outra coisa qualquer. Esta reedição mostra-se assim valorosa já que é uma forma de tornar um álbum de qualidade disponível tanto para o público em geral como para aquele que normalmente não estaria receptivo a ele.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira
