Nem só de coca vive a Colômbia. Para ser sincero, depois de ouvir este "Defanatus Diabolus Adventus" ficamos convencidos que se os Horncrowned mandassem no país, até a coca era negra e incitava a adoração e culto ao chifrudo. Com uma intro interessante (fora do lugar comum dos teclados manhosos, sem grande criatividade ou razão de ser) chamada "Opus Satanam" que coloca a disposição no lugar certo, um lugar desconfortável e expectante ao mesmo tempo com aquilo que aí vem. O que vem é o fim do mundo em forma sónica com "Extinction's Apotheosis (Finis Orbis Christiani)", um tema que coloca a nu as principais referências da banda: a Escandinávia mais bruta com nomes como Marduk e Dark Funeral.
Aquilo que se descobre quase no início da "Christ's Devotees Genocide (Sescenti Sedecim)" é que esta abordagem unidimensional depressa se torna cansativa e não é algo que vá melhorando com a passagem e sucessão das músicas. Apesar de "Horned Redeemer (Vicarius Filii Diaboli)", pr exemplo, nos demonstrar um riff viciante que segura praticamente a música, tudo nos começa a soar ao mesmo, sendo que por estas alturas, mais do que ter a sensação, tem-se a certeza disso. Há uma falta de dinâmica gritante o que provoca que este quarto trabalho apenas agradará aos fãs die har ou da banda ou do black metal mais arisco.
As músicas andam todas à volta dos quatro minutos (tirando a intro e outro), mais um sinal de que a uniformidade das composições da banda são um problema a que consiga cativar fora da redoma restrita e hermética do black metal. A melhor forma da intensidade e violência ser sentida, é apresentar primeiro (ou depois) momentos em que existam variações. Se o uptempo, o tremolo picking, os blastbeats e pedal duplo estiverem sempre ao mesmo nível - que neste caso é alto - isso vai provocar a que se crie um efeito anestésico, analgésico e até soporífero. Para quem gosta do seu black metal assim, então terão aqui um dos candidatos a álbum do ano. Caso precisem de algo mais variado e menos uniforme, então é melhor ir para outro lado.
Nota: 6.5/10
Review por Fernando Ferreira
