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Ghost Brigade - "IV - One with the Storm" Review


É curioso que com o passar dos anos, os Ghost Brigade têm vindo a desenvolver uma sonoridade muito própria. Surgidos já na segunda parte da década passada como mais um colectivo que andou a ouvir demasiado Neurosis, cedo tentaram desenvolver o seu som, adquirindo outro tipo de influências e explorando outras sonoridades, até chegar aquilo que são hoje. Ou seja uma banda cuja música assenta numa forte base melancólica e soturna, mas que mesmo assim consegue ser suficientemente diversa para manter o interesse… pelo menos na teoria, porque na prática infelizmente não será bem assim.

Digamos que o problema dos Ghost Brigade não é o de fazerem excelentes temas, tanto este álbum como os anteriores comportam uns quantos de soberba execução, mas sim o de manterem a bitola durante um disco inteiro. "Wretched Blues" por exemplo, mostra o lado mais inspirado dos Ghost Brigade, uma autêntica obra-prima de negritude e melodia onde as guitarras choram uma intensidade avassaladora, quase que a fazer lembrar o melhor de Insomnium por momentos. Na mesma onda, "Aurora" também faz realçar a boa capacidade que a banda tem para escrever um bom riff, bem como a dicotomia voz limpa e agressiva, que não sendo nada de original, no caso dos finlandeses resulta bastante bem.  

É no entanto quando a banda quer ser demasiado Katatonia que as coisas deixam de correr tão bem, que o digam os frágeis "Departures", "Long Way to the Graves" ou os quase intermináveis 10 minutos de "Electra Complex". Acima de tudo, é esta heterogeneidade na qualidade que faz de "IV - One with the Storm" um disco pouco mais que razoável de uma banda que há muito que anda a prometer mas insiste em não dar o salto.

Nota: 7/10

Review por António Salazar Antunes