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M.I. - Antes de mais, queremos agradecer o facto de nos terem concedido esta entrevista, sabendo de antemão que a vossa agenda continua bastante preenchida.
Ok. É uma honra para vocês, claro.
M.I. - Em primeiro lugar, como é que surgiu o nome da banda?
No Metro de Lisboa. Entre Chelas e Moscavide, daí o nome "10 000 anos antes e depois de Chelas e Moscavide". Foi o Cid que nos roubou, mas nós gamámos o cavalo do gajo e injectámos tudo, não foi fácil. Tinha muito pêlo...
M.I. - Os uniformes que a banda enverga são, de alguma forma, uma homenagem ao universo da Marvel ou eram os que estavam mais baratos nos chineses?
Sim. Não. O que são chineses? São aqueles anões com os olhos atravessados? Será que eles também curtem os donuts do LIDL? Será que eles também lambiam aqueles calendários de gajas, que depois apareciam as mamas e tudo mais? Fica a pergunta no ar para os telespectadores...
M.I. - Rotulam a vossa sonoridade como música acéfala. O vosso próximo passo é criar música bicéfala ou um partido de esquerda?
Não fomos nós. Foi o senhor dos medicamentos, ele traz-nos um copinho e disse: "OLHEM, ESSA MERDA É MESMO ESTÚPIDA". Acho que ele não tem razão, mas depois do copo fico sempre mais fixe e assim sucessivamente. Já agora, dou como terminada a banda, mas voltamos outra vez daqui a cinco minutos.
M.I. - Há uma clara intenção de, através dos vossos nomes, distinguir alguns dos melhores políticos que este país já teve. De onde proveio essa intenção?
Homens da família. Como nós. Gente séria e respeitável, como todos os cidadãos e cidadonas deste país. E também foi o que o senhor enviou para a gráfica, não sei muito bem responder a esta questão, vou passar à próxima já de seguida. Agora.
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Não. Os Ena Pá 2000 é que nos copiaram esse nome, mas há 10 anos, antes de nós existirmos. Eles na altura ainda eram os Ena Pá 1990 (não mostres esta ao Nilton, por favor). O Toy é mais que uma merda de influência, é um homem de Setúbal que bebe tinto do garrafão, é como um pai para nós, como o Paco Bandeira, o Miguel Angelo dos Delfins, o Robert Murat, o Charles Manson, o próprio Miguel Sousa Tavares. Musicalmente, o som que sai da Teresa Guilherme mas ao contrário, o novo disco de todos os artistas Portugueses e estrangeiros tocados ao mesmo tempo, GG Allin, Bokowsky, Bocage e aquele gajo que fez aquela cena fake do "Fuck Her Right In The Pussy". Curtimos tótil.
M.I. - De acordo com os temas do vosso álbum, é notória uma certa fixação na palavra que remete para o orgão sexual masculino. Fazem disso a vossa bandeira ou é um mero fetiche?
O que é uma bandeira? E o que é que é isso, um fetiche?
M.I. - É verdade que estão a preparar um novo álbum ou ainda há tempo para o projecto acabar?
Neste momento estamos a preparar o jantar, porque é tarde e temos de ir ver o Telejornal. Quanto a um novo álbum, só se os nossos fãs fizerem uma petição daquelas com crowdfucking e nos pagarem 10 biliões de dólares. Depois, vamos lá e cancelamos a cena.
M.I. - Qual é a filosofia da banda, se é que existe alguma?
Por acaso ainda no outro dia comi uma gaja chamada Filosofia. Era fixe, também só tinha 20€, era o que havia. Ainda me sobrou uma guita para ir debaixo daquele troço da 2ª circular comer uma bifana e ser assaltado. Levei uma facada, mas felizmente estou bem, fui para a CUF. Usei o wireless dos gajos e descobri que o call-center deles está aberto 24h por dia, mas é mentira... Liguei para lá, e atendeu-me uma máquina. Vivemos num mundo de mentiras no que toca a call-centers. Ninguém está lá, mas metem lá uns bonecos, é o povo a manipular o poder. Inverteu-se esta cena toda.
M.I. - O que esperam do futuro dos Quinteto Explosivo e, já agora, da humanidade?
Não sei.
M.I. - Por último, querem deixar algumas palavras aos vossos fãs?
Nem por isso.
Entrevista por Bruno Porta Nova