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Tētēma - "Geocidal" Review



Não é preciso muito de "Invocations Of The Swarm", a primeira faixa deste "Geocidal" para que se pense logo em Mike Patton. Pela esquisitice principalmente, no entanto, apenas na segunda faixa, "Pure War", é que o mítico cantor entra em cena e é curioso notar de que este projecto de Anthony Pateras não precisa de ter em Patton a sua principal razão de interesse. Uma montanha russa de emoções e dinâmicas que é muito difícil de seguir e discernir. Seria redutor dizer que este trabalho é uma manta de retalhos em que cada uma das faixas é um desses retalhos, quando na verdade, cada um dos próprios temas é uma manta de retalhos. Até mesmo num tema como "Ten Years Tricked", aparentemente uniforme e, até poderá pensar-se aborrecido, mas portador de uma série de estados de espírito claustrofóbicos, ideais para banda sonora de filme noir, ou então aqueles filmes que ninguém tem paciência para perceber nos dias de hoje mas são sempre aplaudidos em festivais de cinema.

Provavelmente este tipo de música será indicado para o mesmo tipo de alvo que os referidos filmes. Pessoas que gostam de sair da sua zona de conforto ou que a sua zona de conforto define-se pela sua inexistência. Para esses, este álbum poderá passar em loop que eles não se importam, mas nem serão apenas os mais aventureiros com potencialidade de apreciar este trabalho de estreia. Basta ter um pouco da mente aberta para apreciar todas as nuances que "Geocidal" oferece, tendo que haver para isso, alguma paciência e energia que o trabalho exige na sua digestão.

A parafernália electrónica funde-se com a voz de Patton e com a percussão aventureira, muitas vezes passando do trip hop opressivo e viajante para um registo de electrónica com groove mas nem por isso dançante. Não é propriamente dos registos de Pateras mais desafiantes mas suscita curiosidade suficiente para lhe dedicar algumas audições de rajada. Recomendado, todavia, para corajosos.


Nota: 6.5/10

Review por Fernando Ferreira