Quando um simples split de uma banda é tão aguardado e celebrado como um álbum, é porque essa dita banda é mesmo especial. Não seriam necessárias consultas populares para chegar a essa conclusão, já que basta ter ouvidos bem afinados para ter essa noção. Quando tudo o que se toca se transforma em ouro, a previsão e expectativa é que as coisas assim se mantenham. E efectivamente assim o é, mas não é só a Process Of Guilt que podem e devem ser atribuídos os louros. Para o sucesso equilibrado deste split, muito se deve também à prestação dos Rorcal. Comecemos por eles que é por quem começa também este split.
As três músicas por parte dos suiços Rorcal movimentam-se por ambientes quase black metal, eles que já têm uma carreira firmada no pós-doom, sludge metal. A forma sufocante em que "IX", "XI" e "X" deixam o ouvinte é assinalável, dando apenas alguns momentos de descanso ou no início ou no final de cada malha. Quem não os conhecesse ficava convicendíssimo de que se tratava de uma banda de black metal agreste. Rótulos à parte, é bom e resulta bem, ainda para mais, tendo algo bastante similar e ao mesmo tempo, bastante diferente de seguinda, já que chega a vez dos Process Of Guilt tomaram o centro das atenções, com um tema único, "Liar", dividido em três movimentos (em três faixas). Apesar dos ambientes serem mais próximos daquilo que a banda portuguesa nos habituou, a negritude intensa mantém-se. O primeiro movimento é um épico de nove minutos que nos hipnotiza do início ao fim e a forma como transita para as seguintes, faz com que esse feeling não se perca, sendo que o terceiro movimento é um breve exercício, bem conseguido, de drone.
É um trabalho que sabe a pouco devido à sua duração, mas que acaba por ser quase sentido como um álbum pela forma como as faixas de cada banda se completam e interagem dinamicamente umas com as outras. Para quem não conheça as bandas, o que nos parece um pouco incrível, esta também é uma boa apresentação.
Nota: 8.8/10
Review por Fernando Ferreira
As três músicas por parte dos suiços Rorcal movimentam-se por ambientes quase black metal, eles que já têm uma carreira firmada no pós-doom, sludge metal. A forma sufocante em que "IX", "XI" e "X" deixam o ouvinte é assinalável, dando apenas alguns momentos de descanso ou no início ou no final de cada malha. Quem não os conhecesse ficava convicendíssimo de que se tratava de uma banda de black metal agreste. Rótulos à parte, é bom e resulta bem, ainda para mais, tendo algo bastante similar e ao mesmo tempo, bastante diferente de seguinda, já que chega a vez dos Process Of Guilt tomaram o centro das atenções, com um tema único, "Liar", dividido em três movimentos (em três faixas). Apesar dos ambientes serem mais próximos daquilo que a banda portuguesa nos habituou, a negritude intensa mantém-se. O primeiro movimento é um épico de nove minutos que nos hipnotiza do início ao fim e a forma como transita para as seguintes, faz com que esse feeling não se perca, sendo que o terceiro movimento é um breve exercício, bem conseguido, de drone.
É um trabalho que sabe a pouco devido à sua duração, mas que acaba por ser quase sentido como um álbum pela forma como as faixas de cada banda se completam e interagem dinamicamente umas com as outras. Para quem não conheça as bandas, o que nos parece um pouco incrível, esta também é uma boa apresentação.
Nota: 8.8/10
Review por Fernando Ferreira
