Além de ser o tempo dos super-grupos, é também o tempo das colaborações internacionais, tudo pelo amor a um estilo. Os Mesmur podem até não reunir os nomes mais impressionantes para se inserirem na tabela dos super-grupos mas quanto à tabela da banda com maior dificuldade para ensaiar, devem estar no topo. Com dois membros norte-americanos (Yixja, guitarras e sintetizador, e Alkurion, bateria, ambos dos Dalla Nebia, mas oriundos de Estados diferentes), um australiano (Chris G na voz, dos Intorment Black e Orphans Of Dusk) e para finalizar, um baixista norueguês. Não é a primeira vez que vemos uma situação destas e também não é a primeira vez que depois de um lançamento, este tipo de projectos deixam de dar notícias. No entanto, essa é uma temática que pertence ao futuro e agora devemos nos focar nesta estreia.
São cinco músicas, em que a mais curta tem oito minutos e meio de duração, e o estilo eleito é o funeral doom. Não é um que faça lembrar os Reveren Bizarre, talvez um dos nomes mais queridos e saudosos do género, mas que não significa por isso que soe menos bem. Usando bem esse arrastar de sentimentos lúgubres característico, junta-lhe algo mais, fruto do uso dos sintetizadores, que conferem uma atmosfera extra e, admitindo de que será algo sempre discutível consoante a avaliação de cada pessoa, mais intensa. Como se a miséria, outrora com as cores monocromáticas à sua disposição para contagiar a sua dor e sofrimento, usasse agora uma paleta de cores mais abrangentes e mais eficaz.
A forma como o noise que ocorre no fundo no final de "Lapse" confere aquele sufoco extra à música ou como os pads da "Abnegate" fazem com que o crescendo doloroso seja cada vez mais difícil (e por isso mesmo, interessante) de seguir são dois bons exemplos de como esta quase hora de funeral doom é tudo menos genérica. A intensidade raramente sentida neste género por ser difícil de atingir - uma linha muito ténue entre o ser pesado e arrastado e o ser simplesmente aborrecido. Aqui não há lugar para aborrecimento. Aliás, como as músicas se desenrolam, até existe umas certas tendências progressivas que as tornam ainda mais interessantes. Não sabemos se estes Mesmur vieram para ficar, mas que nos deixaram um grande álbum de estreia, disso que não existam dúvidas.
Nota: 8.6/10
Review por Fernando Ferreira
São cinco músicas, em que a mais curta tem oito minutos e meio de duração, e o estilo eleito é o funeral doom. Não é um que faça lembrar os Reveren Bizarre, talvez um dos nomes mais queridos e saudosos do género, mas que não significa por isso que soe menos bem. Usando bem esse arrastar de sentimentos lúgubres característico, junta-lhe algo mais, fruto do uso dos sintetizadores, que conferem uma atmosfera extra e, admitindo de que será algo sempre discutível consoante a avaliação de cada pessoa, mais intensa. Como se a miséria, outrora com as cores monocromáticas à sua disposição para contagiar a sua dor e sofrimento, usasse agora uma paleta de cores mais abrangentes e mais eficaz.
A forma como o noise que ocorre no fundo no final de "Lapse" confere aquele sufoco extra à música ou como os pads da "Abnegate" fazem com que o crescendo doloroso seja cada vez mais difícil (e por isso mesmo, interessante) de seguir são dois bons exemplos de como esta quase hora de funeral doom é tudo menos genérica. A intensidade raramente sentida neste género por ser difícil de atingir - uma linha muito ténue entre o ser pesado e arrastado e o ser simplesmente aborrecido. Aqui não há lugar para aborrecimento. Aliás, como as músicas se desenrolam, até existe umas certas tendências progressivas que as tornam ainda mais interessantes. Não sabemos se estes Mesmur vieram para ficar, mas que nos deixaram um grande álbum de estreia, disso que não existam dúvidas.
Nota: 8.6/10
Review por Fernando Ferreira
