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Laugh At The Fakes - "Dethrone The Crown" Review


O que é que se passa com este pessoal na hora de dar os nomes às bandas? Será que sofrem todos de loucura momentânea no momento decisivo? A música é aquilo que fala mais alto, mas com nomes destes, é impossível que não se tenha a tentação de fugir a sete pés. Com o preconceito a funcionar bem, pensa-se imediatamente em algo próximo de deathcore ou metalcore. Felizmente quando a música começa a soar é-se agradavelmente surpreendido. Para já, não há nada de core, o que por si só, à parte, já é uma vitória. A música remete-nos para uma era totalmente inesperada, ou melhor, para várias eras e vários estilos inesperados principalmente por aparecerem todos juntos.

Temos um sabor thrash (ouçam só o riff furioso por volta de um minuto e meio na “Death Awaits” que nos faz lembrar Death Angel nos seus melhores momentos) que surge no seguimento de melodias típicas de heavy metal progressivo da década de oitenta assim como também relembra hard rock dos anos setenta de bandas como Scorpions ou UFO. Essa mistura entre a agressividade do thrash e o lado mais melódico do hard rock ou do heavy tradicional faz com que “Dethrone The Crown” seja surpreendentemente viciante. Onde cada faixa é uma viagem pela qual se espera ansiosamente, assim como os solos de guitarra, sempre de uma qualidade muito acima da média (a “Killing Time” é uma espécie de NWOBHM cruzada com hard rock setentista que soa clássico do início ao fim, nomeadamente no excelente solo).

A capa, o nome e até mesmo o título do álbum poderá apontar num sentido completamente díspar, mas é esta a magia da música. Quando esta começa a tocar, a sua qualidade conquista por completo os menos preparados. Claro que para isso tem de haver gosto pelas sonoridades mais tradicionais, mas os Laugh At The Fakes (este nome…) vão um pouco mais além do simples som retro, já que a miscelânea que as suas composições encerram é vencedora como poucas. Normalmente quando pretende atingir vários alvos, acaba por falhar a maioria deles, quando não todos, o que não acontece aqui. Uma grande banda, à antiga, com um gosto bem refinado em tudo menos no raio do nome que escolheram para se designarem.


Nota: 8.5/10

Review por Fernando Ferreira