As reedições sempre foram, e serão, alvo de controvérsia. Será que os meios justificam os fins? Nem sempre isso faz sentido ou porque a banda não tem estatuto, ou porque a obra não tem a qualidade devida ou porque o timing não serve os interesses do mercado, por exemplo. O certo é que, actualmente, assiste-se a uma tendência de reedições nunca antes vista. Os Holandeses Inquisitor surgem desta sequência e são o perfeito exemplo deste enigma. Formados em 1991, com duas demos (em 1992 e 1993) e um álbum de originais registado (1996), veem, em 2014, todos estes lançamentos reunidos num só registo. Porquê?
Porque são considerados uma banda clássica dentro do género do Thrash Metal cujo único álbum marcou o próprio estilo musical a nível Europeu. A ironia de todo este furor é que eu nunca tinha ouvido falar deles e isso levanta uma questão muito importante. No meio de tanta edição que roça a repetição é possível perder bons álbuns? É, sem margem para dúvidas, este é um exemplo flagrante. “Walpurgis – Sabbath of Lust” é um “discaço” capaz de provocar erupções nos vulcões mais adormecidos!
A primeira coisa que nos faz acordar é a velocidade furiosa com o qual é tocado e cantado. Há uma cascata de raiva a escorrer ininterruptamente ao longo de todo o disco. Esta mistura de uns Dark Angel, com Slayer, Exhumer e Schizo é absolutamente avassaladora, incansável e letal. Seria injusto estar a destacar temas porque estes saíram fora da força colectiva que acabam por consagrar no álbum. É, precisamente, nesta actuação global que esta reedição causa danos, somos totalmente empurrados e conduzidos para o sacrifício sonoro e nossas almas ferrosas purgadas como se de um milagre se tratasse!
Este é dos tais álbuns que irão conservar-se ao longo das eras pois a sua representatividade é realmente enorme e não fica atrás de bandas com carreiras mais longas e, eventualmente, melhor sucedidas. Aproveitem a oportunidade de contactarem com esta peça de culto, até porque beneficiarão com remasterização efectuada à edição original, e disfrutem de puros momentos de Thrashing Metal Madness!
Nota: 9.5/10
Review por Pedro Pedra