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Entrevista aos Arkham Witch



Arkham Witch pode não ser um nome muito sonante na cena metal mas o nome da banda passará a ter mais significado em 2015, ano em que tocam em Portugal pela primeira vez. O vocalista Simon conversou com a Metal Imperium sobre o seu trabalho "Arkham Witch III: I Am Providence" a ser lançado em Abril e sobre as expectativas de tocarem no nosso país.


M.I. – Apresentem os Arkham Witch!

Somos uma banda de Heavy Metal tradicional com elementos Doom que surgiu das cinzas de várias bandas e projectos na cidade de Keighley na Inglaterra. Depois de nos formarmos em 2008, lançámos uma demo em 2009 e o nosso último trabalho “Legions Of The Deep” foi lançado pela Metal on Metal Records.


M.I. – De onde surgiu o nome da banda?

A palavra witch vem do nosso fascínio pelas bandas de metal tradicional e adicionamos o Arkham devido à nossa fixação pelo autor americano H.P. Lovecraft.


M.I. – A banda lida com temas que vão desde o oculto ao estranho, H.P. Lovecraft e R.E. Howard. De onde apareceu o interesse nestes temas?

Talvez através de livros de comédia e literatura barata. É uma forma de escape, nenhum de nós está equipado para lidar com a vida real por ser demasiado dolorosa e profunda! Portanto temos de diluir a realidade (ou o que se considera realidade) e manter uma certa distância com o uso do simbolismo que aparenta ser pueril para os que vêem as cenas de fora, mas que tem muito significado para quem está por dentro do assunto, heavy metal neste caso.


M.I. – A Literatura Inglesa tem tantos autores com trabalhos conceituados e vocês têm uma fixação pelo americano H.P. Lovecraft. Porquê?

Por causa da rejeição da humanidade e pelas suas observações no modo como colocamos a humanidade no centro de tudo quando, na verdade, nem temos tanta importância assim.


M.I. – No dia 14 de Novembro, a vossa demo original de 2009, depois de receber um tratamento adequado, foi lançada pela Metal on Metal Records. Como é que os fãs reagiram a esta reedição? Quão importante é para a banda ter esta demo lançada em perfeitas condições?

É sempre bom ver o nosso material devidamente apresentado e a Metal on Metal fez um trabalho fenomenal na apresentação da demo. Ficamos contentes porque os temas parecem ter mais impacto e o pessoal ainda os curte. Também é muito bom ter o tema The Mirrors of Tuzun Thune” incluído, pois nunca o conseguimos gravar em condições.


M.I. – De acordo com a página da banda, a gravação do 2º álbum “Legions of the Deep”, envolveu 8 dias, 312 cervejas, 82 whiskeys, 22 cigarros, 2 esgotamentos nervosos e um pacote de Haribo. Então, o que é que esteve envolvido na gravação do vosso terceiro álbum "Arkham Witch III: I Am Providence"?

O 3º álbum envolveu (e não estou a brincar) sons de comboio a vapor nas vozes, 2 pequenos almoços fritos, 3 ou 4 caixas de cerveja barata, temas a serem acidentalmente apagados por causa de café derramado, problemas de latência e canções de pásssaros. Posto isto, o processo de gravação das faixas foi muito divertido, especialmente a parte das vozes de apoio.


M.I. – O que é que os fãs podem esperar do 3º álbum  "Arkham Witch III: I Am Providence"?

O método de Arkham Witch destilado numa hora de temas inspirados no Lovecraft. Deixamos as tretas de fora e só incluímos as coisas boas. Neste álbum não há espaço para tempos longos e desnecessários.


M.I. – O tema "Beings of Fire and Vengeance" para a compilação da Metal on Metal Records "Compendium of Metal Vol. 7" integra o álbum?

Com sorte, este tema aparecerá na versão vinil do nosso EP “Hammerstorm” na Journey’s End Records, juntamente com a nova versão de “Burn the Witch” e “Barbarians”, quando eu me conseguir decidir sobre a arte da capa.


M.I – Quais são os temas principais do álbum? 

Histórias de H.P. Lovecraft transformadas em músicas de 2 a 3 minutos.


M.I. – Quantos temas o compõem?

Originalmente, o álbum teria 20 temas com intros e interlúdios, mas conseguimos gravar 12 desses.


M.I. – A capa do segundo álbum foi desenhada por Jowita Kaminska-Peruzzi (Exodus, Witchburner, Attacker, Forsaken, Nomad Son, Meliah Rage, Manilla Road, Deceased…). A capa do 3º já está decidida? Quem será o artista?

Sim, Jowita pintou as capas dos nossos 3 primeiros álbuns como uma espécie de trilogia que é muito interessante. Na capa do 3º temos a Arkham Witch em pessoa - Keziah Mason e o seu amigo Brown Jenkin.


M.I. – O 3º álbum era para ter saído no Outono mas foi adiado. O que aconteceu?

O estúdio em que costumamos gravar fechou por causa da ganância dos donos e tivemos imensa dificuldade em arranjar outro. O melhor era mesmo Full Stack Studios, mas fui informado que vai ser reavivado e nós tentaremos voltar a gravar lá.


M.I. – Supostamente o álbum sai em inícios de 2015… será em Janeiro, Fevereiro, Março?

Pensamos que em Abril… as faixas estão a ser masterizadas neste momento.


M.I. – Recentemente a banda esteve na Bélgica… como foi a experiência?

Um concerto fantástico com pessoal fantástico, uma noite espectacular com a Wall of Sound Records e Bryan! Foi um prazer partilhar o palco com a lenda que é Esmee Tabasco de Tyrant’s Kall! O único ponto negativo foi a perda do baixista.


M.I. – Também estiveste em Malta. O que aprendeste ao tocar em países estrangeiros?

Nunca percas o passaporte.


M.I. – Vocês vêm a Portugal pela primeira vez. O que esperais? Já cá vieste? Conheceis a cena metal portuguesa?

Eu já estive aí uma vez e lembro-me que estava calor. Era um lugar fixe mas cheio de turistas, portanto estou ansioso por conhecer o verdadeiro Portugal e os metaleiros portugueses. Espero tocar um bom concerto e corresponder às vossas expectativas. Não conhecemos a cena portuguesa mas sabemos que são bandas apaixonadas e dedicadas ao metal. Estamos ansiosos!


M.I. – Os Arkham With esrtão confirmados para festivais no próximo ano, nomeadamente o Metal Magic Festival na Dinamarca e o Mangualde Hard Metal Festival em Portugal. Como é a experiência de tocar para grandes audiências comparada com pequenas salas?

Os festivais underground são sempre bons porque envolvem pessoal que os faz por amor e não por lucro. E o mesmo se passa com as pequenas salas mas geralmente tocamos em pequenas salas em festivais. É bom tocar em festivais porque a atmosfera já te predispõe para a boa disposição e aprecias as bandas. O apoio que temos tido em festivais é demais e nós recebemo-lo de bom grado. Adoramos ver velhos amigos e fazer novos enquanto bebemos umas cervejas.


M.I. – A banda é apelidada de Heavy/Doom Metal/NWOBHM… qual a melhor definição para o vosso som? Qual a vossa maior influência musical?

Penso que a maior influência são os Pentagram, Witchfinder General, Saint Vitus, Cirith Ungol, Manilla Road. Diria que o nosso som é Heavy Metal tradicional tal como deve ser tocado… sem peso na consciência!


M.I. – A vossa banda tem uma baterista, que é um instrumento ainda pouco usual para mulheres nos dias que correm. O que nos podes dizer das habilidades da Emily?

Ela é uma excelente baterista. Ela tem um estilo orgânico que encaixa perfeitamente nos riffs e evoluiu bastante desde as primeiras gravações. Jà vimos algumas bateristas femininas, portanto está a tornar-se normal. O metal vem do coração e não dos genitais!


M.I. – Deixem uma mensagem aos metaleiros portugueses. 

Sejam verdadeiros e tenham um excelente Yule! Preparem-se para os Arkham Witch no próximo ano!


Entrevista por Sónia Fonseca