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Die APokalyptischen Reiter - "Tief.Tiefer" Review


Entre aquelas bandas que por um motivo ou outro agarram-nos pelo colarinho e insistem e arrebatar-nos, existem aquelas a que continuam a surpreender-nos e maravilhar-nos conforme os anos passam e existem as outras que começam em decadência aos poucos, sendo que cada álbum é apenas uma dolorosa lembrança (muitas das vezes longínqua) da forma como a banda era especial e como caíram numa banalidade assombrosa. Os alemães Die Apokalyptischen Reiter são uma dessas bandas, com um primeiro álbum de uma esquisitice metálica adorável e irresistível. Ali por alturas do "All You Need Is Love", a coisa começou a descambar para a banalidade/típico álbum para consumo interno do mercado alemão.

Catorze anos e seis álbuns depois, não se pode dizer que as coisas tenham mudado. Para aqueles que ainda tinham uma esperança incompreensível que as coisas mudassem, este nono álbum servirá para colocar um prego de uma vez por todas nesse caixão. Agora... será que isso faz deste "Tief.Tiefer" um mau álbum? Surpreendentemente não. Apelando à melodia pop e ritmos dançantes imediatos, onde as "Freiheit, Gleichheit, Brüderlichkeit" e "Wo es dich gibt" são bons exemplos, a banda até consegue ir cativando, com um som modernaço e bem produzido. Piscadelas de olho a Rammstein aqui, a HIM ali, há de tudo um pouco.

A questão principal que se coloca é que os Rammstein são apenas uns e que para ter a efectividade que os mesmos têm, só mesmo tendo alguma espécie de gimmick, algo que faça ultrapassar a barreira da linguagem. Seja industrial, seja folk, musicalmente a coisa tem que ser forte para que se consiga passar por cima daquilo que o vocalista canta e não se percebe. Quando instrumentalmente o som é, apesar de bem feito e com qualidade, banal, a paciência para ouvir um álbum como "Tief. Tiefer" até ao fim com o mesmo entusiasmo. Nem mesmo as versões acústicas de músicas antigas no segundo CD fazem com que este álbum seja abordado com mais entusiasmo. Melhor que os últimos mas ainda longe daquele ideal que se quer para um álbum que nos diga algo.


Nota: 6/10

Review por Fernando Ferreira