Metalcore, here we go. Para já, o subgénero/título de metalcore melódico faz-me alguma confusão. Não é o metalcore, por definição, melódico? As regras que implicam o refrão bonitinho e orelhudo com a voz melódica a contrastar com a gritada e/ou gutural dos versos não é um dos pontos principais para qualquer trabalho que se intitule de metalcore? Em que consiste metalcore melódico, ainda mais melodia nos refrões ainda mais bonitinhos e orelhudos? É uma questão que provavelmente transcende a banda, mas serve para colocar bem a atenção no rídiculo em que se torna tentar diferenciar o que é igual. Posto isto, vamos lá a "Runes", o terceiro álbum desta banda britânica.
Como seria de esperar, não existem grandes mudanças aqui em relação aos álbuns anteriores, muito menos em relação ao género porque na verdade não existe qualquer surpresa em relação às treze músicas aqui contidas (sem contar com as outras três disponíveis na versão limitada). O que por um lado pode ser bom para quem gosta deste estilo mas por outro pode ser uma profunda decepção para quem esperava algo mais. A potência de malhas como "Watcher", "Year Of The Harvest" e "Darker Water" que combinam de forma magistral peso e melodia, cai por terra quando essa forma de magistral de fazer a mistura em questão já foi feita milhares vezes antes e não existe aqui nada que seja diferente do que já foi feito. Até mesmo a forma como Jason Cameron ataca o refrão parece ser a mesma ao longo de todo o álbum, dando ideia de que gravaram uma música e tiraram fotocópias do resto.
Correndo o risco de ser extremamente injusto, mas este "Runes" é sintomático da música moderna, já que nos mostra uma banda com óbvio talento para a música, mas que não consegue ir mais além do que aquilo que as suas influências ditaram num passado muito recente. Poderá dizer-se que o metal nem só de vive de propostas avant-garde. que muitas vezes, quando é bom, não existem razões para mudar. E até faz sentido, o problema é que existe aqueles em que se confunde amor a um género por simples fotocópias, em que a preocupação em seguir regras é tão intensa de que não deixa grande espaço para identidade e criatividade. O único momento em que se sente que arriscaram foi na "Divine Breath", onde temos uma curta música quase a capella. Um momento sem distorção, de um minuto e meio. Já diz um bocado sobre o poder metálico de inovação do grupo, não diz?
"Runes" é um álbum puro de metalcore, um género que é a simples expressão redutora dos géneros que mistura, e evidencia as suas limitações não apresentando argumentos que lhe permita perdurar no tempo, sendo tão descartável como uma proposta qualquer pop que anda pelo mainstream. Se o terceiro álbum é aquele inevitável que dita toda a carreira de uma banda, então os não vale a pena esperar por amanhã para enterrar os Bury Tomorrow. No entanto, a esperança, essa eterna e curiosa característica humana, ainda tem razões para acreditar que é possível ser apresentado algo mais... sólido do que isto, um álbum que apresenta os mesmos problemas que todos os outros lançados anteriormente, por esta e outras bandas.
Nota: 4/10
Review por Fernando Ferreira
Como seria de esperar, não existem grandes mudanças aqui em relação aos álbuns anteriores, muito menos em relação ao género porque na verdade não existe qualquer surpresa em relação às treze músicas aqui contidas (sem contar com as outras três disponíveis na versão limitada). O que por um lado pode ser bom para quem gosta deste estilo mas por outro pode ser uma profunda decepção para quem esperava algo mais. A potência de malhas como "Watcher", "Year Of The Harvest" e "Darker Water" que combinam de forma magistral peso e melodia, cai por terra quando essa forma de magistral de fazer a mistura em questão já foi feita milhares vezes antes e não existe aqui nada que seja diferente do que já foi feito. Até mesmo a forma como Jason Cameron ataca o refrão parece ser a mesma ao longo de todo o álbum, dando ideia de que gravaram uma música e tiraram fotocópias do resto.
Correndo o risco de ser extremamente injusto, mas este "Runes" é sintomático da música moderna, já que nos mostra uma banda com óbvio talento para a música, mas que não consegue ir mais além do que aquilo que as suas influências ditaram num passado muito recente. Poderá dizer-se que o metal nem só de vive de propostas avant-garde. que muitas vezes, quando é bom, não existem razões para mudar. E até faz sentido, o problema é que existe aqueles em que se confunde amor a um género por simples fotocópias, em que a preocupação em seguir regras é tão intensa de que não deixa grande espaço para identidade e criatividade. O único momento em que se sente que arriscaram foi na "Divine Breath", onde temos uma curta música quase a capella. Um momento sem distorção, de um minuto e meio. Já diz um bocado sobre o poder metálico de inovação do grupo, não diz?
"Runes" é um álbum puro de metalcore, um género que é a simples expressão redutora dos géneros que mistura, e evidencia as suas limitações não apresentando argumentos que lhe permita perdurar no tempo, sendo tão descartável como uma proposta qualquer pop que anda pelo mainstream. Se o terceiro álbum é aquele inevitável que dita toda a carreira de uma banda, então os não vale a pena esperar por amanhã para enterrar os Bury Tomorrow. No entanto, a esperança, essa eterna e curiosa característica humana, ainda tem razões para acreditar que é possível ser apresentado algo mais... sólido do que isto, um álbum que apresenta os mesmos problemas que todos os outros lançados anteriormente, por esta e outras bandas.
Nota: 4/10
Review por Fernando Ferreira