Os Abazagorath são daquelas criaturas que nascem no underground e no underground se mantêm. Não por lhes faltar qualidade, o que não acontece neste caso, mas sim por já andarem por aí desde 1995, terem uma pequena discografia – este é o terceiro álbum em 19 anos de carreira – e serem praticamente desconhecidos.
Para quem está curioso se o título deste álbum está relacionado com o icónico romance de Salman Rushdie ou se, como se trata de black metal, é apenas um título para ser interpretado muito literalmente, então fica a informação de que é inteiramente inspirado pelo mesmo livro que trouxe bastante controvérsia ao mundo Islâmico. Mas, estando perante um trabalho musical o que realmente importa é, e sempre será, a música. O black metal aqui praticado surge como algo próximo da linha de Marduk ou de Dark Funeral, só que talvez um pouco menos furioso que estes dois nomes, mas ainda assim, uma verdadeira explosão flamejante quando temas como “Revelation”(um tema feroz e bastante bem construído para a duração de 1:40) são postos a tocar.
A abrir logo com a extensa “Mahound”, é-se logo engolido no vendaval que “Satanic Verses” promete: um black metal de índole bastante europeia, no entanto, produzido por uma banda de New Jersey, onde o up tempo e o tremolo são as palavras do disco. O virtuosismo musical do trio liderado por Warhead, bem presente em temas tão diversos entre si como o tema-titulo, a mais roqueira “Gharaniq” ou o verdadeiro negrume de “The Angel Gabriel”, criam um álbum muito orgânico de black metal que prima pela diversidade e qualidade. Não é fenomenal, mas não deixa de ser uma boa proposta para qualquer apreciador do género.
Review por Tiago Neves