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Soulhealer - "Bear The Cross" Review


Andar nisto de apreciar a música, quer seja de forma profissional ou amadora, passado alguns anos cria uma certa dormência que é preciso algum distanciamento para que se consiga ter capacidade de apreciar a relação entre a qualidade e o sucesso obtido, coisa que na maior parte das vezes não anda de mãos dadas. Ora os Soulhealer chegam ao terceiro álbum desde que lançaram a estreia em 2011 e apresentam um nível qualitativo bem acima da média. Claro que tocam heavy metal a atirar para o power metal, o que faz com que as hipóteses de serem reconhecidos reduzirem um pouco, mas mesmo entre o género, não foi um nome que solidificou com os trabalhos que foram lançados. O tal distanciamento que foi mencionado atrás serve para perceber que... isso não significa nada.

"Unleash The Beast" inicia este terceiro álbum em grande energia, conjugando a energia do power metal com os seus refrões tipicamente europeus, a um sentido tradicional de fazer heavy metal, típico da década de oitenta, tem-se uma fórmula que não é invodora, é certo, mas que continua a resultar porque aquilo que foi bom ontem, é bom hoje e será bom amanhã - contando de que o nosso som sagrado não é música descartável e que começa a cheirar a ranço passado algum tempo. Quer dizer, pelo menos, não na sua maioria.

Claro que para fazer um bom álbum não significa ter dez músicas de heavy metal clássico rigorosamente iguais e que embora todas tenham bons riffs, bons solos e refrões apelativos, há dinâmica o suficiente para que mantenha qualquer amante do som da velha guarda a salivar. Raramente as músicas entram em correrias desatadas (a principal característica que os aproxima mais do heavy metal do que propriamente do power metal), mas isso não diminui os níveis de energia e não impede que se tenham alguns momentos como a "Fall From Grace" e "Revealed". Este não vai ser o trabalho que vai retirar os finlandeses do relativo anonimato porque segue à risca aquelas que são as regras que os mesmos optaram por se submeter. Curiosamente, essa também é a sua maior força.


Nota: 7.8/10

Review por Fernando Ferreira