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Fiend - "2012 : The Story Of Another World" Review



Os Fiend surgem de uma improvável Rússia com este EP que vem quebrar o silêncio na discografia da banda que já durava desde de 2011, desde que lançaram o seu segundo trabalho, "Before My Eyes...", Improvável porque o seu som é bastante moderno que parece mais proveniente de uma Alemanha ou Estados Unidos. É bom, porque assim perdem-se, ou pelo menos atenuam-se alguns preconceitos inúteis. Por falar em preconceitos, visto que a banda toca metalcore bem melódico e algo electrónico, parece que se trata um desafio por completo. Como não há nada melhor do que realmente ouvir antes de emitir juízos de valor, vamos a isso.

O tema "2012" que abre o EP revela logo os dois maiores pontos de referência da banda que poderão alienar grande parte dos fãs de metal. Para aqueles que detestam estas modernices que são repetidas até à exaustão por uma série de bandas e por editoras que apostam nessas bandas, poderá ser razão suficiente para para de ouvir e até é pena porque trata-se de um bom tema, energético e dinâmico MESMO conservando todos os lugares comuns próprios daquilo que se entende por Metalcore com recurso a electrónica. E temos cá muito, refrão com voz bonitinha, intercalar com voz gritada, intercalar com voz gutural, período da música calminho com recurso à electrónica. Está cá tudo. A questão é... está cá tudo e está tudo bem assim.

Não se pode dizer que existam diferenças nos outros temas, mas isso também não quer dizer que se trate de um EP com quatro músicas iguais. "Curse Of Anubis" usa melodias orientais de forma inteligente (aplicadas nos elementos electrónicos, o que causa um certo groove). A "Grooves" utiliza a brutalidade bem intercalada com os momentos mais épico-melosos do EP, causando que cada um deles tenha o dobro da força que teria se surgissse isolada - tendo até solos de guitarra (milagre!). "My Testament", por fim, exibe um groove electrónico quase próprio de música de dança hardcore do final dos anos noventa mas que resulta muito bem no contexto metaleiro. Resumindo, quando tudo diria que iria correr mal, tudo corre bem. Por isso cada vez mais, preconceitos, vão dar uma volta.


Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira