Ao segundo álbum, os Obake mostram estar tão experimentais como na altura em que gravaram o seu primeiro, e auto-intitulado álbum. O termo Obake significa “algo que muda” ou “fantasma” em japonês e serve para designar este projecto que é composto por quatro músicos experientes, sendo que o baixista e membro fundador Massimo Pupillo (Ardecore) foi substituído por Colin Edwin (Porcupine Tree) e juntando-se assim a Eraldo Bernocchi (guitarrista e produtor conhecido pelo seu trabalho em Ashes e Sigillum S), a Lorenzo Fornasari (vocalista experimental, conhecido pelo seu trabalho com os Transgender) e por último o baterista húngaro Balazs Pandi.
Este segundo trabalho pega onde o anterior ficou, acrescentando ou pelo menos acentuando o sabor a Faith No More – o espírito de Mike Patton parece omnipresente no trabalho dos Obake – e ainda tendo muita electrónica pelo meio, para dar ainda mais cor aos momentos ambientais como em “Transfiguration”, isto juntando à base que é composta pelos ritmos doom e pelas roupas alternativas - a malha de abertura parece um cruzamento entre Saint Vitus e Nirvana da fase "In Utero", uma comparação parva mas que servirá para se perceber o que por aqui anda. Ou seja, peso, concreto, real, peso.
É possível constatar que existiu uma evolução do anterior álbum para este, tanto a nível instrumental como a nível vocal, permitindo à banda atingir muitos mais alvos do que anteriormente, seja quando querem ser hipnóticos ("Seth Light"), quando querem criar o mesmo tipo de ambientes apócalipticos que os Neurosis ("Thanatos"), quando empregam groove macabro e ao mesmo tempo um feeling progressivo ("Second Death Of Foreg"), ou até mesmo quando andam pelos meandros do post-rock ("Burnt Down"). Há muitos caminhos e muitas formas de interpretar este disco e o título "Mutations" acenta-lhe como uma luva. São necessárias algumas audições para que ele se estabeleça em todo o seu esplendor como aquilo que é, um álbum desafiante, intenso, expansivo, claustrofóbico e sobretudo, difícil de definir.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira
Este segundo trabalho pega onde o anterior ficou, acrescentando ou pelo menos acentuando o sabor a Faith No More – o espírito de Mike Patton parece omnipresente no trabalho dos Obake – e ainda tendo muita electrónica pelo meio, para dar ainda mais cor aos momentos ambientais como em “Transfiguration”, isto juntando à base que é composta pelos ritmos doom e pelas roupas alternativas - a malha de abertura parece um cruzamento entre Saint Vitus e Nirvana da fase "In Utero", uma comparação parva mas que servirá para se perceber o que por aqui anda. Ou seja, peso, concreto, real, peso.
É possível constatar que existiu uma evolução do anterior álbum para este, tanto a nível instrumental como a nível vocal, permitindo à banda atingir muitos mais alvos do que anteriormente, seja quando querem ser hipnóticos ("Seth Light"), quando querem criar o mesmo tipo de ambientes apócalipticos que os Neurosis ("Thanatos"), quando empregam groove macabro e ao mesmo tempo um feeling progressivo ("Second Death Of Foreg"), ou até mesmo quando andam pelos meandros do post-rock ("Burnt Down"). Há muitos caminhos e muitas formas de interpretar este disco e o título "Mutations" acenta-lhe como uma luva. São necessárias algumas audições para que ele se estabeleça em todo o seu esplendor como aquilo que é, um álbum desafiante, intenso, expansivo, claustrofóbico e sobretudo, difícil de definir.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira