Desde o início que os Job For A Cowboy foram a melhor coisa que o deathcore deitou cá para fora e inevitavelmente, foram deixando para trás todos os elementos que os caracterizavam como deathcore, incorporando cada vez mais o tradicionalismo do death metal. Seria de esperar que este “Sun Eater” fosse pelo mesmo caminho, mas o que se pode ouvir aqui talvez seja um tanto ou quanto inesperado. A faixa de abertura, “Eating The Visions Of God”, transparece logo uns tiques progressivos que outrora pareceriam descabidos. Com um baixo irrequieto (a lembrar os primórdios de Cynic ou certos álbuns dos Death), com uma tendência para as melodias (e estamos a falar de verdadeiras melodias) que poderiam estar num álbum de jazz e com um solo de guitarra que uma beleza absolutamente esmagadora, é impossível não se olhar duas vezes para a capa do álbum para se ter a certeza do que se está a ouvir. Por falar nisso, a capa é um espectáculo à parte.
É uma banda totalmente transfigurada e tal não é negativo. Tomara todas as bandas que tocassem deathcore tivessem esta evolução. De começar algo que se pode considerar um beco sem saída e conseguir transcender esse género e até o género do death metal, que embora mais lato tenha também os seus limites, para algo que não tem definição, que é melódico, que é técnico e que é pesado como uma bigorna de quinhentas mil toneladas – isto sem recorrer ao “chugga chugga” e aos breakdowns. Uma faixa como “The Synthetic Sea” consegue soar pesada, melódica (de uma forma bem metálica) e é absolutamente viciante.
Ainda sem contar com um baterista a tempo inteiro, depois de que Jon Rice abandonou para ir para os Scorpion Child, aqui contaram com os préstimos de Danny Walker, dos Murder Construct e Intronaut, e sem dúvida que o baterista elevou a musicalidade deste trabalho em muito. Provavelmente o seu contributo terá sido reduzido mas a sua batida é impressionante e contribui em muito tanto para a brutalidade como para o groove. Uma malha como “Buried Monuments” cujo riff inicial é um vício abismal sofreria pela ausência do mesmo, não fosse segura por uma secção rítmica sólida como uma rocha, tal como nos momentos em que os solos brilham (mais uma vez). Em todos os aspectos, “Sun Eater” é o álbum mais adulto e completo dos Job For A Cowboy e sem dúvida que é uma lição em como fazer boa música extrema.
Nota: 9/10
Review por Fernando Ferreira
É uma banda totalmente transfigurada e tal não é negativo. Tomara todas as bandas que tocassem deathcore tivessem esta evolução. De começar algo que se pode considerar um beco sem saída e conseguir transcender esse género e até o género do death metal, que embora mais lato tenha também os seus limites, para algo que não tem definição, que é melódico, que é técnico e que é pesado como uma bigorna de quinhentas mil toneladas – isto sem recorrer ao “chugga chugga” e aos breakdowns. Uma faixa como “The Synthetic Sea” consegue soar pesada, melódica (de uma forma bem metálica) e é absolutamente viciante.
Ainda sem contar com um baterista a tempo inteiro, depois de que Jon Rice abandonou para ir para os Scorpion Child, aqui contaram com os préstimos de Danny Walker, dos Murder Construct e Intronaut, e sem dúvida que o baterista elevou a musicalidade deste trabalho em muito. Provavelmente o seu contributo terá sido reduzido mas a sua batida é impressionante e contribui em muito tanto para a brutalidade como para o groove. Uma malha como “Buried Monuments” cujo riff inicial é um vício abismal sofreria pela ausência do mesmo, não fosse segura por uma secção rítmica sólida como uma rocha, tal como nos momentos em que os solos brilham (mais uma vez). Em todos os aspectos, “Sun Eater” é o álbum mais adulto e completo dos Job For A Cowboy e sem dúvida que é uma lição em como fazer boa música extrema.
Nota: 9/10
Review por Fernando Ferreira