Nesta senda pela evolução em que todos estamos, quer queiramos quer não, envolvidos é bom ver (e sobretudo ouvir) que ainda surgem bandas que se estão a borrifar para aquilo que é suposto estarem a fazer, fazendo apenas o que sentem, não parando para olhar para modas ou o quer que seja. Quando o género visado é o death metal e a banda é norte-americana, mais especial se torna esta atitude. Claro que isto não adianta de nada se a proposta musical for derivativa, sem brilho ou identidade. Felizmente, não é o caso.
“The Stranger” é a música que faz as honras da casa e surpreende por conseguir juntar death metal old school, tipicamente europeu (ou tipicamente sueco), com um sentido de melodia que se vai acentuando conforme a malha vai progredindo. “Weeping Relic”, por sua vez, tem uma entrada tipicamente Entombed – algo que acontece muito ao longo de “Ecdysis” – e mergulha depois mais uma vez na melodia, apenas para voltar no fim à brutalidade sueca. Esta montanha russa é aquilo mesmo que muitas vezes falta nas propostas de música extra. Dinâmica e aqui existe disso à tonelada!
“Heaven’s Deceit” traz-nos também outro elemento que fica sempre bem no quer que tenha peso: groove. Groove, melodia e mesmo assim soar sujo, negro e claro, pesado como tudo. Em “Resonator” tão death metal old school que poderia estar numa demo dos Dismember, lançada originalmente em 1989, que ninguém questionaria, aparte da produção pujante. Tudo corre bem neste segundo trabalho, e até uma peça instrumental acústica (mais próximo de qualquer coisa que os In Flames tenham feito no início da sua carreira do que propriamente os Grave), ou um riff tipicamente hard’n’heavy (na “When The Walls Fell”, outra instrumental). Sem dúvida, um trabalho que os saudosistas vão ouvir até à exaustão e a exaustão talvez tenha alguma dificuldade em aparecer, já que a alta qualidade é um dos seus maiores atributos.
Os Horrendous assumem-se ao segundo álbum como uma das mais excitantes propostas de death metal old school com travo sueco a aparecer nos últimos tempos. Por vezes não basta pegar em fórmulas vencedoras para ter-se um sucesso em mãos, por vezes é necessário algo mais, o elemento desconhecido. Seja o que for, não adianta dissecar. Apenas ouvir, com o volume bem alto.
Nota: 9/10
Review por Fernando Ferreira
“The Stranger” é a música que faz as honras da casa e surpreende por conseguir juntar death metal old school, tipicamente europeu (ou tipicamente sueco), com um sentido de melodia que se vai acentuando conforme a malha vai progredindo. “Weeping Relic”, por sua vez, tem uma entrada tipicamente Entombed – algo que acontece muito ao longo de “Ecdysis” – e mergulha depois mais uma vez na melodia, apenas para voltar no fim à brutalidade sueca. Esta montanha russa é aquilo mesmo que muitas vezes falta nas propostas de música extra. Dinâmica e aqui existe disso à tonelada!
“Heaven’s Deceit” traz-nos também outro elemento que fica sempre bem no quer que tenha peso: groove. Groove, melodia e mesmo assim soar sujo, negro e claro, pesado como tudo. Em “Resonator” tão death metal old school que poderia estar numa demo dos Dismember, lançada originalmente em 1989, que ninguém questionaria, aparte da produção pujante. Tudo corre bem neste segundo trabalho, e até uma peça instrumental acústica (mais próximo de qualquer coisa que os In Flames tenham feito no início da sua carreira do que propriamente os Grave), ou um riff tipicamente hard’n’heavy (na “When The Walls Fell”, outra instrumental). Sem dúvida, um trabalho que os saudosistas vão ouvir até à exaustão e a exaustão talvez tenha alguma dificuldade em aparecer, já que a alta qualidade é um dos seus maiores atributos.
Os Horrendous assumem-se ao segundo álbum como uma das mais excitantes propostas de death metal old school com travo sueco a aparecer nos últimos tempos. Por vezes não basta pegar em fórmulas vencedoras para ter-se um sucesso em mãos, por vezes é necessário algo mais, o elemento desconhecido. Seja o que for, não adianta dissecar. Apenas ouvir, com o volume bem alto.
Nota: 9/10
Review por Fernando Ferreira