Sem dúvida que para um estilo hermético, o black metal sofreu muitas mutações nos últimos anos. Enquanto a sua fórmula primordial – e passando por cima do interminável debate se essa fórmula é aquela que engloba os elementos que os Venom, Bathory, Celtic Frost criaram ou se será a do segunda vaga de black metal, aquele vindo da Escandinávia. Uma faceta relativamente recente é aquela em que as dissonâncias tomam conta das operações e a abordagem é tudo menos vulgar – pelo menos para aquilo que se espera do black metal – e é precisamente essa abordagem que a banda italiana Fides Inversa tem.
A diferença contudo entre aquilo que “Mysterium Tremendum Et Fascinans” apresenta e aquilo que bandas como Deathspell Omega fazem (ou fizeram) é a forma como as melodias, apesar de estranhas, se apresentam como viciantes. Há uma certa estranheza que não demora muito a que se entranhe por completo, logo à primeira audição. No entanto, o facto de ter melodias catchy, ainda que estranhas, não quer dizer que se trata de um trabalho simples ou acessível. Para já nem é simples de classificar, sendo que a melhor forma de o fazer é dizer que é a sua complexidade que o torna tão atractivo.
É um daqueles trabalho que se consegue ouvir vezes sem conta e mesmo assim soar fresco e novo a cada audição, lembrando o impacto que os Deathspell Omega (sempre eles) tiveram algures na sua carreira. A forma como conjugam a brutalidade, a tecnicidade, os momentos ambientais e até orquestrais, que permitem ao álbum ganhar uma dinâmica incomum e às músicas respirar melhor revelam uma inteligência fora do comum e fazem com que este trabalho seja uma surpresa extremamente agradável. Um álbum recomendadíssimo.
Nota: 8.6/10
Review por Fernando Ferreira
A diferença contudo entre aquilo que “Mysterium Tremendum Et Fascinans” apresenta e aquilo que bandas como Deathspell Omega fazem (ou fizeram) é a forma como as melodias, apesar de estranhas, se apresentam como viciantes. Há uma certa estranheza que não demora muito a que se entranhe por completo, logo à primeira audição. No entanto, o facto de ter melodias catchy, ainda que estranhas, não quer dizer que se trata de um trabalho simples ou acessível. Para já nem é simples de classificar, sendo que a melhor forma de o fazer é dizer que é a sua complexidade que o torna tão atractivo.
É um daqueles trabalho que se consegue ouvir vezes sem conta e mesmo assim soar fresco e novo a cada audição, lembrando o impacto que os Deathspell Omega (sempre eles) tiveram algures na sua carreira. A forma como conjugam a brutalidade, a tecnicidade, os momentos ambientais e até orquestrais, que permitem ao álbum ganhar uma dinâmica incomum e às músicas respirar melhor revelam uma inteligência fora do comum e fazem com que este trabalho seja uma surpresa extremamente agradável. Um álbum recomendadíssimo.
Nota: 8.6/10
Review por Fernando Ferreira