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Cavalera Conspiracy - "Pandemonium" Review


"Pandemonium" é o terceiro álbum deste projecto dos míticos irmãos Cavalera, sucedendo a "Blunt Force Trauma", editado em 2011. Max Cavalera disse, numa entrevista recente, que para este álbum, quis deixar o groove de lado. O resultado dessas intenções por parte do músico, é um álbum rápido e poderoso. Poderá mesmo afirmar-se que este é o álbum pós Sepultura, que mais se aproxima com as raízes thrash/death da famosa banda brasileira que, como é sabido, nem Max nem Iggor já não fazem parte da mesma. Em "Enslaved" dos Soulfly, Max já se tinha aproximado desta abordagem, mas foi desta que ele teve coragem de fazer um álbum quase com a ausência do famoso groove, elemento presente em todos os trabalhos de Max a partir do "Chaos A.D." dos Sepultura.

"Pandemonium" é composto por um conjunto de temas forte, entre os quais são dignos de menção "Babylonian Pandemonium", "Banzai Kamakazi", "Scum", três músicas que iniciam o disco de forma fortíssima e "Apex Predator" que se destaca no meio da tracklist. De qualquer modo não há músicas para encher neste trabalho, todas são boas, o que nem sempre acontece nos álbuns das bandas de Max Cavalera. Assim sendo, pode-se considerar este um dos registos mais sólidos que o músico brasileiro colocou cá para fora desde que saíu dos Sepultura. É injusto os louros deste trabalho serem todos entregues a Max, porque Iggor aparece aqui a tocar com o vigor dos primeiros tempos da sua carreira e o virtuosismo e criatividade de Marc Rizzo foram, mais uma vez, uma mais-valia para o resultado final do trabalho de Max. Nate Newton dos Converge foi o baixista de serviço neste álbum e terminou com a tradição de haver a presença de músicos convidados nos álbuns de Cavalera Conspiracy, sendo ele próprio a assumir a voz na faixa "The Crucible", com resultados interessantes.

"Pandemonium" dá a ideia que Max Cavalera deixou de vez as experimentações sonoras e decidiu tocar aquilo que lhe está no sangue. Apesar deste ser um álbum muito bom, fica sempre a ideia que Max Cavalera podia fazer ainda melhor e lançar um disco bastante forte, mais equiparável aos álbuns de Sepultura. Max é, sem sombra de dúvida, um prolífero compositor, e o seu estatuto lendário dá-lhe a possibilidade de fazer o que quiser da sua carreira, mas se ele se concentrasse apenas num dos seus projectos e juntasse material, sem pressas de lançar novos álbuns, até juntar um grande conjunto de temas, podia ainda fazer um dos melhores trabalhos da sua carreira. Fazendo as contas, desde que saiu o primeiro álbum dos Soulfly em 1998, até aos recém-editados novos álbuns de Cavalera Conspiracy e Killer Be Killed (o seu novo superprojecto) foram lançados 13 álbuns... Em 16 anos! Talvez sejam demasiados álbuns para esse período de tempo, mas o que importa neste momento é desfrutar deste novo conjunto de músicas que é, sem dúvida, um dos melhores desde a sua saída de Max Cavalera dos Sepultura.

Nota: 8.3/10

Review por Mário Santos Rodrigues