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SYK- "Atoma" Review


Esta banda Italiana com ramificações a um saudoso passado associado ao grindcore, onde gravitam Frederico e Stefano dos extintos progressistas Psychophagist dá pelo nome de SYk. Contudo, aqui, a intenção é outra,  dá-se espaço para a fusão, para o experimentalismo, para uma anóxia ambientalista, onde somos arrastados para uma câmara de compressão, com gravidade zero e átomos em suspensão. Imaginemos uma criação nestas condições, um trânsito astral elevado numa atmosfera saturada de radiação, onde a probabilidade de gerar vida é praticamente impossível, certo? Redondamente negativo, não podiamos estar mais longe da verdade! Aqui o potencial criativo é ilimitado, não interessa o tipo de forma, porque essa é, seguramente, estranha, mas que entranha, e a Vida faz-se disto mesmo, pequenas explosões que acabam por moldar o Universo, dando-lhe uma imagem consistente e imortal. SYk consegue ser tudo isso porque cria uma fórmula que sem ser progressivo demais acaba por ser suficientemente avantgard para catalizar a audição numa experiência cósmica.

Numa abordagem musical onde referências a Gorguts e Meshuggah não são exageradas, o álbum começa com o tema título, deste primeiro trabalho, “Atoma”, onde somos levados pela marcação demolidora das cordas de Stefano e Luca durante uma breve introdução instrumental; Depois entra a Dalila num registo vocal que confere, ainda mais, expressão a toda a instrumentação. Uma mutação do Perry Farrel, por certo, pois esta Dalila dá uma textura à lá Jane’s Addicition a esta viagem sonora. “The observer”, segue esta linha, que a qualquer momento parece descarrilar, mas que demonstra estar totalmente enraízada. Há que destacar o trabalho de percursão de Frederico, em constantes loops, numa procura quase insaciável pelo sentido da Vida, no que à bateria diz respeito. “Obsidian” oferece-nos um dos refrões mais halucionantes deste trabalho, com uma toada torturante,  gota a gota, castiga-nos. “Un-God-Known” deabula pelo espaço, sem destino, este tema parece que tem asas, tais são as constantes passagens que nos dedica. “Auburn” é, talvez, o tema mais encorpado e contorcido, um verdadeiro conjunto de peças de puzzle interligadas, porém móveis e moldáveis. “Vacuum” segue muito a deformação do tema anterior e “Herset la tari” acaba este registo numa toada mais groove.

Num mercado repleto de imitações falsas, sem ideias que revolucionem os sentidos, com ilusões e desilusões inquantificáveis, os SYk lançam “Atoma”, silenciosamente, como a passagem de um meteorito na nossa galáxia, porém, fica a minha sugestão, convidem este asteróide para uma aterragem e garanto-vos que serão lançados numa experiência única!

Nota: 8.8/10

Review por Pedro Pedra