Segundo as palavras de Björn Gelotte (guitarra) e Anders Fridén (voz), o terem gravado nos estúdios Hansa deu-lhes a oportunidade de testarem coisas novas, o que põe a seguinte questão em quem está a ler isto: “então? Está diferente?” Ao que respondo que sim, “Siren Charms” está diferente daquilo que os In Flames fizeram anteriormente em toda a sua carreira. É um disco de rock bastante radio friendly que tem duas ou três canções de metal tão genérico e descartável como as outras todas que aqui estão.
Cheio de sons electrónicos que costumam acompanhar o corpo sonoro de cada tema – algo que não é novidade nenhuma em In Flames, se bem que “Siren Charms” é capaz de abusar ainda mais destes elementos do que “Soundtrack To Your Escape” – assim que entra “Paralyzed”, após o abrupto final de “Everything’s Gone”, está-se perante um álbum que é praticamente pop rock que se aproxima da onda de uns Thirty Seconds To Mars ou Linkin Park, com a grande diferença de que as bandas referidas sabem trabalhar este tipo de som, enquanto que os temas aqui gravados não são nada memoráveis e dificilmente conseguiram ter impacto num ouvinte deste género de música, salvando-se “Rusted Nail” e “Filtered Truth” como os melhores entre os piores.
Aproveito para avisar que não fiz esta review tendo em conta os icónicos álbuns da banda como “The Jester Race” ou “Colony”, uma vez que a mesma está bastante determinada em deixar para trás o seu emblemático passado e, com excepção dos membros e do nome, não há nada no seu som que seja sequer uma sombra daquilo do que eram.
“Siren Charms” é o registo mais comercial que os In Flames fizeram até à data. Se o colocarmos ao lado de “Soundtrack To Your Escape”, faz o disco de há 10 anos atrás parecer um álbum de Cannibal Corpse. Mas o problema não é o ser melódico nem mesmo a tentativa de uma sonoridade muito mais mainstream. A raiz do problema é a tentativa de fazerem um registo de rock alternativo comercial, não o terem conseguido fazer e, mesmo assim, terem ido com isto para a frente como se só tivessem dois anos de experiência enquanto um grupo musical.
Genérico e completamente dispensável.
Nota: 3.8/10
Review por Tiago Neves