Não, não se trata de uma banda heavy doom, como o nome implicaria, já que se trata do título de uma canção emblemática dos Black Sabbath. Os Electric Funeral são uma one man band sueca de punk/crust javardo, e quando digo javardo, é mesmo javardo. A produção das cinquenta e três (53!!!) músicas aqui compiladas varia muito já que este “Total Funeral” não é mais do que uma compilação de tudo o que o projecto lançou, desde 7” até cassetes e splits, sendo a qualidade é do mais underground do que possa haver – uma outra forma de dizer que o som é horrível. Também se tem direito a algumas músicas que nunca chegaram a ser lançadas, isto tudo em duplo vinil.
Se os discos de grind, crust, punk com mais de vinte músicas são difíceis de analisar por caírem um pouco na repetição, o que dizer de uma compilação de cinquenta e três (53!!!) temas? Ainda o vinil não chegou ao final do primeiro lado e já se está farto do ruído constante. A muralha de som que o ruído constrói é algo que se infiltra nos ouvidos e dificilmente sai, mesmo depois de parar de ouvir – mesmo meia hora depois! – e é isso que fica. Um zumbido nos ouvidos como se estivesse numa fábrica industrial todo dia a ouvir máquinas a trabalhar. Consegue-se perceber lá ao fundo que existe uma bateria, pelo menos sente-se algum esboço de batida. De vez em quando percebe-se também o som de algumas linhas de guitarra com solos rápidos e os berros de Jocke por cima disto tudo. E isto é o que se pode ouvir ao longo das cinquenta e três (53!!!) faixas.
No final, depois de muito sofrimento, fica a ideia de que não havia necessidade de tal compilação. De que existirão projectos no mesmo género bem mais valorosos do que este. Talvez Electric Funeral seja um nome de culto dentro do grind/crust/punk javardo mas também esse facto oferece algumas dúvidas. No entanto e apesar de ser um conjunto de faixas que mais do que punk ou crust, destilam noise como se fossem mestres japoneses no assunto. Para quem gosta desta vertente experimental na sua música, “Total Funeral” é uma colecção imperdível de quase noventa minutos de barulheira javarda. Para quem não é fã de punk, crust, grind, noise, barulho é mesmo o que pode encontrar aqui.
Nota: 5/10
Review por Fernando Ferreira
Se os discos de grind, crust, punk com mais de vinte músicas são difíceis de analisar por caírem um pouco na repetição, o que dizer de uma compilação de cinquenta e três (53!!!) temas? Ainda o vinil não chegou ao final do primeiro lado e já se está farto do ruído constante. A muralha de som que o ruído constrói é algo que se infiltra nos ouvidos e dificilmente sai, mesmo depois de parar de ouvir – mesmo meia hora depois! – e é isso que fica. Um zumbido nos ouvidos como se estivesse numa fábrica industrial todo dia a ouvir máquinas a trabalhar. Consegue-se perceber lá ao fundo que existe uma bateria, pelo menos sente-se algum esboço de batida. De vez em quando percebe-se também o som de algumas linhas de guitarra com solos rápidos e os berros de Jocke por cima disto tudo. E isto é o que se pode ouvir ao longo das cinquenta e três (53!!!) faixas.
No final, depois de muito sofrimento, fica a ideia de que não havia necessidade de tal compilação. De que existirão projectos no mesmo género bem mais valorosos do que este. Talvez Electric Funeral seja um nome de culto dentro do grind/crust/punk javardo mas também esse facto oferece algumas dúvidas. No entanto e apesar de ser um conjunto de faixas que mais do que punk ou crust, destilam noise como se fossem mestres japoneses no assunto. Para quem gosta desta vertente experimental na sua música, “Total Funeral” é uma colecção imperdível de quase noventa minutos de barulheira javarda. Para quem não é fã de punk, crust, grind, noise, barulho é mesmo o que pode encontrar aqui.
Nota: 5/10
Review por Fernando Ferreira