Conhecidos pelas suas iconografias extremas e revoltantes, ao ponto de terem sido banidas, os ingleses Desecration voltam a pilhar as almas dos mortos com seu oitavo álbum de originais “Cemetery Sickness”. Ao atingir este infinito discográfico, os Desecration demonstram estar mais sólidos do que nunca, não desacelerando, não inventando fórmulas imortais para sobreviver. É uma banda que gosta de fazer o que faz da forma como faz!
“Cemetery Sickness” é produto disso mesmo, é que o nome também não cria nenhuma campanha de publicidade enganosa e, como tal, brinda-nos com um Death Metal impecável, ou melhor, implacável, e, atenção que, não é exagero. Será difícil eleger o melhor dos 11 temas deste disco, mas uma coisa é certa, com umas partes bem rápidas, outras mais cadenciadas e refrões que se colam ao ouvido, o conjunto musical oferecido resulta de forma exemplar. Iniciando com o tema título, somos logo levados para o extremo musical e a cascata de desumanidade que daí escorre nunca mais deixa de fluir, tema após tema, somos dilacerados sem piedade e pendurados de pernas para o ar enquanto o espancamento continua.
“I, Cadaver”, “Recipes of Horror”, “Rotten Brain Extraction”, “Cabletie Castrator”, “Tactile Necrophile”, “Cut Up & Fed to the Dog” marcam a passada macabra com requintes de podridão desta autópsia musical. Com um produção refinada, o disco desenvolve-se a um ritmo intenso, sem que a primeira noção imediata seja a da brutalidade, mas a verdade é que acabamos conduzidos para um beco no qual somos violados por esta perversão.
Aqui não há desculpas, os Desecration são uma banda que merece a vossa atenção e constituem uma lufada de ar podre nas actuais frescuras do Death Metal. Com este “Cemetery Sickness”, acabam de lançar um dos melhores discos do género, para este ano, e provam que o Underground está bem vivo a sete palmos abaixo da terra!
Nota: 9/10
Review por Pedro Pedra
