O que é bom no black metal é que se consegue fazer a mesma coisa vezes sem conta, sem que (quase) ninguém aponte o dedo a isso. Não que seja concretamente o caso dos Entartung, um duo alemão que chega com este "Peccata Mortalia" à marca do segundo álbum. O black metal aqui apresentado é de tendências épicas mas sem nada de novo em relação ao que já foi feito por centenas de outras bandas, o que não o torna necessariamente mau. Pelo contrário, este álbum é muito bom dentro do género que se apresenta. É outra coisa boa no black metal. O que é feito vezes sem conta, com uma fórmula completamente banal, é efectivamente bom.
Por falar em banal, "Der Hölle Herr" é a intro de serviço, algo dispensável, que parece ter saído de um álbum de metal gótico, no entanto "Blasphemaverit In Spiritum Sanctum" desfaz as dúvidas quanto à orientação musical deste álbum. Black metal cru com ênfase nos riffs com tremolo picking, uma entoação épica de extremo bom gosto que faz com que o encanto que o estilo tinha nos seus primórdios da sua expansão a nível de popularidade. Oito minutos de extrema qualidade. Esses primórdios teriam recebido este álbum como uma obra prima, apesar dos seus momentos para encher chouriço na forma de interlúdio e outro instrumental de piano ("Cimmerian Shade" e "Yawm Ad-Din" - esta última com uma voz distorcida em cima, só para provar que a malta quando tem voz distorcida é porque é sinal que vem realmente das profundezas mais profundas).
Tirando os enchidos, malhões como "Out Of Darkness Into Light", "Faith On The Scaffold", "The Law Of The Claw" e o épico "To Conquer Immortality In The Dephts" faz com que qualquer fã que se preze do género fique agarrado. Mesmo que isso se deva a certo sabor familiar que vem das suas estruturas e riffs, como se fosse o resultado de um curso "Como Fazer Black Metal Em 5 Dias". Seja como for, é bom. Não interessa o perder tempo e energias a tentar perceber o como ou o porquê. Simplesmente é.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira
Por falar em banal, "Der Hölle Herr" é a intro de serviço, algo dispensável, que parece ter saído de um álbum de metal gótico, no entanto "Blasphemaverit In Spiritum Sanctum" desfaz as dúvidas quanto à orientação musical deste álbum. Black metal cru com ênfase nos riffs com tremolo picking, uma entoação épica de extremo bom gosto que faz com que o encanto que o estilo tinha nos seus primórdios da sua expansão a nível de popularidade. Oito minutos de extrema qualidade. Esses primórdios teriam recebido este álbum como uma obra prima, apesar dos seus momentos para encher chouriço na forma de interlúdio e outro instrumental de piano ("Cimmerian Shade" e "Yawm Ad-Din" - esta última com uma voz distorcida em cima, só para provar que a malta quando tem voz distorcida é porque é sinal que vem realmente das profundezas mais profundas).
Tirando os enchidos, malhões como "Out Of Darkness Into Light", "Faith On The Scaffold", "The Law Of The Claw" e o épico "To Conquer Immortality In The Dephts" faz com que qualquer fã que se preze do género fique agarrado. Mesmo que isso se deva a certo sabor familiar que vem das suas estruturas e riffs, como se fosse o resultado de um curso "Como Fazer Black Metal Em 5 Dias". Seja como for, é bom. Não interessa o perder tempo e energias a tentar perceber o como ou o porquê. Simplesmente é.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira