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Distant Past - "Utopian Void" Review


Mais um lançamento com a chancela da Pure Steel Records, provavelmente a editora (e promotora) mais activa do underground do heavy metal mundial. Seja a recuperar bandas obscuras do passado, como que a apostar em bandas novas. Os suiços Distante Past pertencem mais à primeira categoria, se bem que o passado seja muito recente, com duas demos de longa duração e um álbum lançado em edição de autor. O seu estilo é o heavy metal com leves toques de thrash e de power metal, bem próximo daquilo que é costume se ouvir de uma banda alemã. A andar entre o heavy metal típico de NWOBHM de "Sceptre", o heavy metal americano de "A Day Of Darkness" e um leve flirt com o thrash em "On The Edge", "Utopian Void" demonstra ter dinâmica para estar em várias frentes com um considerável sucesso em cada um delas.

A primeira abordagem é bem sucedida, falta a segunda parte. Saber se este é um álbum que vai sobreviver à passagem do tempo ou que sequer terá a relevância necessária para se destacar de tudo o que vai aparecendo em catadupa todos os dias ou, pior, se vai conseguir competir com os inúmeros clássicos que o heavy metal possui. Provavelmente será pedir demasiado, já que a pressão excessiva de comparações com aquilo que já foi feito por outras bandas é um caminho que terá o destino certo do fracasso. Por outro lado, apreciando sem pressões, este álbum agradará definitivamente todos os que gostam de heavy metal com alguma técnica e muito feeling.

"Kingdom Of Shadows" é viciante enquanto "Breath - The Spell" apresenta bons argumentos para ficar a ecoar durante bons tempos no nosso cérebro, com uma certa sensibilidade progressiva. Não tem argumentos para se tornar um álbum clássico do género mas por outro lado tem muitos argumentos para agradar a todos os fãs das sonoridades mais clássicas de peso. Precisa ainda de aprimorar a sua identidade mas a forma como se apresentam aqui não os envergonha de maneira nenhuma. Heavy metal não precisa de muitas complicações para ser bom. "Utopian Void" é a prova disso mesmo. O álbum ainda traz duas faixas bónus na forma de "Signs Of The End" e "Touched By The Gods", esta última como homenagem a Ronnie James Dio.

 
Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira