Aquela que é oficialmente considerada a maior banda de tributo aos Led Zeppelin (sendo igualmente aclamada por Robert Plant e Jimmy Page) do mundo veio ao nosso país pela primeira vez numa sexta-feira fria de Fevereiro, encontrando um RCA Club praticamente cheio de fãs de todas as idades mas com uma maior incidência às camadas de meia idade. E é um sentimento muito bom encontrar uma casa cheia para ouvir a música de outros tempos que teima em manter-se imortal conforme os anos avançam. Os anos só fazem com que a música se torne mais especial.
Assim que os membros dos Letz Zep começaram a entrar em palco a sala começou a ficar ainda mais animada. Billy Kulke ("Robert Plant"), Andy Gray ("Jimmy Page"), Shaun Herd ("John Paul Jones") e Benjy Reid ("John Bonham") subiram ao palco, sendo que "John Bonham" era o que destoava mais da figura original, mas revelou-se um monstro na bateria. Foi com "Good Times Bad times" que se iniciou esta visita ao passado, que embora tenha durado mais de duas horas, não foi tão abrangente da carreira da banda clássica como se anteciparia, mas alguns clássicos teriam de ficar de fora. Mesmo assim, foram focados exclusivamente os primeiros quatro álbuns.
Como momentos altos, mais bem recebidos pelo público, sem dúvida que foram "Ramble On", "Whole Lotta Love", "Black Dog" e "Stairway To Heaven" (no primeiro encore) e "Rock And Roll" e "Immigrant Song" no segundo. Boas surpresas na formada versão longa da "Dazed And Confused" com direito a malabarismos com o arco de violino, um pequeno set acústico composto pela "Going To California" e "Bron-Y-Aur Stomp", um fantástico solo de bateria na, como não poderia deixar de ser, "Moby Dick". Tudo bem recebido de braços abertos por um público ávido por mais.
Com um "Jimmy Page" vestido a rigor, um "Robert Plant" talvez algo exagerado na sua interpretação - nem o Plant é assim tão... Plant - e um "John Paul Jones" algo apático e até por vezes carrancudo, tendo apenas sorrido no final e claro um "John Bohnam" monstruoso na bateria, os Letz Zep fizeram por merecer o título de maior banda tributo, embora se tenham verificado alguns pregos pelo meio mas a prestação da banda soou sobretudo como orgânica e verdadeira, sem grandes efeitos, sem ser apenas uma fotocópia daquilo que foi o passado, esse que será sempre intocável. Servindo o propósito de o glorificar e de presentear o público com um concerto que há muito anseavam ter, o mais próximo possível do original que se conseguiu arranjar.
Recolhendo e distribuindo simpatia, este quarteto mostrou-se muito feliz por ter feito a sua estreia em Portugal e de certeza de que ficou a vontade de voltar cá. Vontade de os receber por parte do nosso público não falta, definitivamente. Uma excelente noite de rock 'N' roll.
Texto por Fernando Ferreira
Fotografias por Joana Soares
Agradecimentos: Clap/ Box