Parece que foi ontem que Ralf Scheepers saiu dos Gamma Ray, que tentou a sua sorte para entrar para os Judas Priest, sem sucesso, e formou uma banda com membros dos Sinner. Os primeiros álbuns são fortíssimos, com uma forte componente Priest - mais até do que os próprios Judas Priest na altura - no entanto parece que a certa altura, talvez também a acompanhar um certo declíneo interesse comercial no género power metal, foram lançados que começaram a não corresponder às expectativas por parte dos fãs. Muitos fãs começaram a olhar para cada lançamento com alguma indiferença, como sendo apenas mais um. Para essas pessoas, este "Delivering The Black" vai apanhá-los completamente desprevinidos.
Começando com "King For A Day" e "Rebel Faction", duas malhas com um poder impressionante, é impossível não se ficar completamente agarrado a "Delivering The Black". Não são só os riffs, a produção poderosa que os salientam, a voz de Scheepers que está cada vez mais no ponto, mas também os solos de guitarra de Magnus Karlsson e de Alex Beyrodt são de topo, assim como a bateria de Randy Black e o baixo de Matt Sinner, discreto mas sempre presente. A terceira faixa é aquela que talvez tenha assustado um pouco no single lançado o ano passado, "When Death Comes Knocking", uma música compassada mas que se revela enquadrada no contexto do álbum e que acaba por ter um refrão bem orelhudo, havendo terreno para que subsista sem problemas ao longo dos seus sete minutos.
Talvez os álbuns mais fracos tenham sido fruto da instabilidade da sua formação, mas agora que a mesma parece ter estabilizado, sem dúvida que esta é uma formação a manter. Abrangendo as músicas mais fortes e poderosas (o tema título, a "Road To Asylum" e a potente "Inseminoid") com as mais compassadas (a épica "One Night In December" e a power-ballad "Born With A Broken Heart"), incluindo no meio aquelas que são tipicamente heavy metal como as "Alive & Fire" (que tem o seu quê de Accept vs Judas Priest) e a "Never Pray For Justice" (onde soam com aquele poder que se desejaria que os Manowar tivessem actualmente). Bastante superior ao álbum anterior, este poderá ser o trabalho que resgate os Primal Fear dos trabalhos algo medianos. Pelo menos, aqui não existe um momento de mediania que seja. Bem vindos de volta, rapazes.
Nota: 8.5/10
Review por Fernando Ferreira
Review por Fernando Ferreira