Adam "Nergal" Darski, vocalista e guitarrista dos Behemoth, concedeu há dias uma entrevista ao site The Quietus, onde falou sobre o mais recente álbum da banda "The Satanist", e o verdadeiro significado do metal extremo. Aqui fica um excerto dessa entrevista:
Nergal: "Um dos factores que faz com que este disco seja tão diferente, e espero sinceramente que seja algo que distancie o nosso novo álbum da maioria dos álbuns de metal extremo no mercado actual, é que a maior parte da música que é proposta por bandas auto-intituladas de metal extremo, não é extrema. Trata-se de um paradoxo, em que a maioria das bandas de metal extremo, de hoje em dia, não passam de bandas amistosas, o que na realidade me irrita, porque isso não é como o "metal extremo" - black metal, death metal - é suposto ser. É por isso que não as oiço. Se eu quiser ouvir um pouco de metal extremo, dirijo-me ao nicho do género, onde as bandas não querem saber, porque não há dinheiro e negócios envolvidos, não existem compromissos. Inspiro-me bastante com bandas que não querem saber, portanto também podes rotular o "The Satanist" de álbum "Não quero saber"! O que sinto falta nestas bandas de "metal extremo" é o factor de risco; elas tentam criar amizades com todos; utilizam a técnica da metranca por todo o lado e usar a técnica da metranca durante 45 minutos é muito aborrecido, é chato. O "The Satanist" remete-se à dinâmica, e é um disco muito diverso. Por um lado, podes dizer que é completamente o álbum mais sinistro que já lançámos, mas ao mesmo tempo, ele corteja os géneros. Tem uma série de coisas tradicionais, tem hard rock clássico, podes escutá-lo nas melodias e nalguns riffs e grooves. Não é um disco típico de death metal. Gosto de pensar neste álbum como algo muito original. Por isso, por um lado, sim, fazemos parte do género, somos parte integral da tradição do black metal, e sabemos de onde viemos, temos muito respeito pelas nossas raízes, mas, por outro lado, é mais do que isso..."
Por: Bruno Porta Nova - 17 Fevereiro 14