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Flotsam And Jetsam - "No Place For Disgrace" Review


Os Flotsam And Jetsam, apesar do nome idiota, conseguiram causar grande burburinho com o seu primeiro álbum, "Doomsday For The Deceiver" (burburinho merecido, já que é um senhor álbum de thrash metal), chamaram mais a atenção pelo facto do seu baixista, Jason Newsteed, ter ido para os Metallica, substituir Cliff Burton. A banda não acusou o toque pela perda e lançou um segundo álbum à altura da grande estreia, "No Place For Disgrace" em 1988. Um grande álbum que ficou sempre assombrado por uma questão, a terrível produção. É por demais sabido que após esse segundo álbum as coisas perderam o rumo, que nunca mais foi encontrado, lançando álbum medíocre após álbum medíocre, tendo já a impressionante marca de onze álbuns, sendo que a qualidade de cada um deles nunca chegou a ultrapassar os dois primeiros.

À primeira vista, a justificação para a regravação poderá soar forçada e oportunista (com tandas bandas não conseguindo criar glória no presente, procurarem-na no passado e tentar transportar para o agora aquilo que já foi), na verdade, ainda bem que ela surgiu, já que se consegue aproveitar pela primeira vez, e em toda a sua plenitude, todo o poder deste grande álbum. Uma certa tendência progressiva, uma certa força nos riffs, convicção que faz com que este álbum surja revitalizado, não escondendo a era em que foi concebido mas mesmo assim soando fresco e essencial. Segundio a banda, tiveram ao longo dos anos tiveram muitos pedidos para remisturar o álbum, mas os masters da gravação pareciam estar fora do seu alcance e como tal a solução passou pela regravação, não querendo alterar nada a nível de composição, apenas melhorar o som. Esse objetivo foi totalmente atingido.

O álbum soa como se tivesse sido lançado em 1988, não esconde em nada os tiques típicos da altura, o que é bom, porque assim a genialidade deste álbum também não é perdida. Com um certo espírito progressivo (a lembrar outro álbum de 1988, também ligado a Jason Newsteed que também merecia uma remistura ou regravação - qualquer coisa!) que se torna viciante, com uma força e gana própria de uma banda jovem, com uma cover improvável - "Saturday Night's Alright (For Fighting)" de Elton John - a soar essencial no alinhamento, esta regravação foi uma ideia brilhante e sim pode ser considerada como uma medida desesperada, mas se fizer com que o seguinte álbum tenha um pouco deste espírito, já devia ter sido feita há vinte anos atrás.


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira