Os franceses são malucos. Isto não é novidade para ninguém, nem sequer existe a necessidade de tal se provar, mas há sempre uma banda a surgir que nos faz gosto em nos relembrar de tal. Assim sendo, temos os Benighted que já andam nisto de relembrar o mundo da sua maluquice já faz dezasseis anos e sete álbuns, contando com este "Carnivore Sublime". Combinando a brutalidade do death metal mais técnico com o espírito e as descargas do grindcore, o som deste quinteto não é novidade para ningúem, mas mesmo assim ainda consegue surpreender pela positiva - reparar no poder da "Experience Your Flesh" e como tal não acontece por acaso.
A parte boa é que apesar da sua música ser levada a séria, toda a aura que a rodeia é puro divertimento, de uma forma distorcida e doentia, claro. E é uma das melhores abordagens dos últimos tempos ao género, com os grunhidos de porco e a soar totalmente enquadrado e até a ser um contributo positivo para as faixas onde tal acontece. Depois em termos técnicos, eles simplesmente arrasam. Um malhão como "Slaughter/Suicide", por exemplo, é uma coisa do outro mundo, seja pelo poder do riff inicial (que diabos, por qualquer um dos riffs), seja pela secção ritmica estar demolidora, principalmente a bateria.
É um álbum que castiga, mas castiga de forma refinada e sendo a banda francesa, poderá assumir-se que se trata de porrada gourmet. Brutalidade, sim. Violência, certamente. Eficácia técnica, 200%. Mas nada disto interessa se não existirem aqui ganchos com fartura que tornem as músicas mais fáceis de memorizar e considerando o estilo em que se movem, esse é o Santo Graal. Aquilo que muitos procura mas poucos encontram. Poderá dizer-se que os Benighted encontraram, mesmo que para isso tenham que usar algum experimentalismo que só lhes fez bem. Um álbum surpreendentemente viciante.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira
A parte boa é que apesar da sua música ser levada a séria, toda a aura que a rodeia é puro divertimento, de uma forma distorcida e doentia, claro. E é uma das melhores abordagens dos últimos tempos ao género, com os grunhidos de porco e a soar totalmente enquadrado e até a ser um contributo positivo para as faixas onde tal acontece. Depois em termos técnicos, eles simplesmente arrasam. Um malhão como "Slaughter/Suicide", por exemplo, é uma coisa do outro mundo, seja pelo poder do riff inicial (que diabos, por qualquer um dos riffs), seja pela secção ritmica estar demolidora, principalmente a bateria.
É um álbum que castiga, mas castiga de forma refinada e sendo a banda francesa, poderá assumir-se que se trata de porrada gourmet. Brutalidade, sim. Violência, certamente. Eficácia técnica, 200%. Mas nada disto interessa se não existirem aqui ganchos com fartura que tornem as músicas mais fáceis de memorizar e considerando o estilo em que se movem, esse é o Santo Graal. Aquilo que muitos procura mas poucos encontram. Poderá dizer-se que os Benighted encontraram, mesmo que para isso tenham que usar algum experimentalismo que só lhes fez bem. Um álbum surpreendentemente viciante.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira