Mais uma estreia nos meandros do power metal alemão, com "Rise Of The Legend" a apresentar os We Are Legend, um nome que, verdade seja dita, não é assim grande espingarda (dá repentes de qualquer coisa core), mas o som tem qualidade o suficiente para os separar de dois grupos fatídicos, sendo o primeiro o grupo de bandas que surgiram quinze anos atrás, arrastados pela moda crescente do estilo, e que o seu som era insípido e os vocalistas irritantes, enquanto o segundo, as bandas que têm surgido recentemente que, com os mesmos argumentos das bandas do primeiro grupo, tentam obter sucesso numa época que, apesar do seu revivalismo, não é totalmente favorável. "Hungry Mirrors" revelam bem a costela alemã da banda, embora com um acréscimo de peso, onde os teclados não se intrometem no caminho, surgindo nos momentos certos.
Nem sempre a pianada, a cargo do vocalista, Selin Schönbeck encanta. No início da "This Holy Dark", faz lembrar as musiquinhas manhosas que o cinema mudo tinha, mas depois os riffs de guitarra potentes deixam o ouvinte descansado. É esta abordagem à melodia, contrabalanceada com guitarras poderosas - ouvir os primeiros trinta segundos da "Enemy Within" para se ter uma ideia - que compõem a fórmula vencedora da banda. Não será alheio o facto de haver por aqui pessoal com experiência (ex-membros de Abraxas, Stormwitch e Thunderbold e actuais membros de Coronatus). Como se se tivesse a sensibilidade melódica de uns Rough Silk junta à potência de uns Primal Fear - isto para não cruzarmos as fronteiras germânicas.
A componente teatral está bem presente, não sendo de todo estranho que façam qualquer dia um álbum conceptual e é um álbum equilibrado, com a duração certa, apresentando bons argumentos para que se aguarde com alguma expectativa por um trabalho futuro, já que esta estreia vai crescendo progressivamente no ouvinte a cada audição. Cumpre o seu propósito, encaixa-se no estilo perfeitamente mas mesmo assim, consegue surpreender e cativar, algo que é bastante incomum, principalmente num estilo que já levou tanta pancada, quer da crítica, quer dos fãs de outros géneros, quer das próprias bandas que lançaram e lançam de vez em quando álbuns medíocres. Quando assim é, o saldo é mesmo positivo.
Nota: 7.5/10
Review por Fernando Ferreira
Nem sempre a pianada, a cargo do vocalista, Selin Schönbeck encanta. No início da "This Holy Dark", faz lembrar as musiquinhas manhosas que o cinema mudo tinha, mas depois os riffs de guitarra potentes deixam o ouvinte descansado. É esta abordagem à melodia, contrabalanceada com guitarras poderosas - ouvir os primeiros trinta segundos da "Enemy Within" para se ter uma ideia - que compõem a fórmula vencedora da banda. Não será alheio o facto de haver por aqui pessoal com experiência (ex-membros de Abraxas, Stormwitch e Thunderbold e actuais membros de Coronatus). Como se se tivesse a sensibilidade melódica de uns Rough Silk junta à potência de uns Primal Fear - isto para não cruzarmos as fronteiras germânicas.
A componente teatral está bem presente, não sendo de todo estranho que façam qualquer dia um álbum conceptual e é um álbum equilibrado, com a duração certa, apresentando bons argumentos para que se aguarde com alguma expectativa por um trabalho futuro, já que esta estreia vai crescendo progressivamente no ouvinte a cada audição. Cumpre o seu propósito, encaixa-se no estilo perfeitamente mas mesmo assim, consegue surpreender e cativar, algo que é bastante incomum, principalmente num estilo que já levou tanta pancada, quer da crítica, quer dos fãs de outros géneros, quer das próprias bandas que lançaram e lançam de vez em quando álbuns medíocres. Quando assim é, o saldo é mesmo positivo.
Nota: 7.5/10
Review por Fernando Ferreira