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Stainless Steel - "Metal Machine" Review


Já se deve ter referido por estas páginas algumas vezes a questão dos instrumentais nas bandas de heavy metal e como a sua comparência é o suficiente para se ganhar uns pontos de simpatia por parte deste escriba. Já aconteceu antes, é o que acontece aqui também com os Stainless Steel, mais uma aposta da Pure Steel Records, através de uma das suas subsidiárias, a Pure Underground Records e mais uma banda com história nos anos oitenta e que volta agora à vida para o terceiro álbum de originais depois de 27 anos de ausência. É muito ano. Será que esta brilhante conclusão matemática se pode também aplicar como justificação à qualidade da música.

Depois de uma das melhores faixas do álbum, a curta instrumental que abre o álbum, "Back In Your Minds" - surge "Master Of The Universe", com bons riffs, bom feeling, com aquele fulgor que é exigido  à primeira faixa do álbum (neste caso, a primeira com voz). O problema é que esse fulgor não se mantem durante muito tempo e depois arrasta-se um pouco até ao final. A música que se segue não melhora as coisas, "Preachers Of Hate" é chata do início ao fim. O entusiasmo volta um pouco com "Fear And Pain", com duelos de guitarras e bastante sabor a NWOBHM, que é sempre bem vindo. Com a quinta faixa, "Disaster", temos a confirmação oficial de que este álbum é medianamente composto por altos e baixos, sendo que os altos não são assim espectacularmente altos e os baixos também não são propriamente vergonhosos.

O síndrome de algumas músicas - temas longos demais - também passa para o próprio álbum. Treze músicas, quase uma hora de duração revela-se simplesmente demasiado onde o tom da guitarra revela-se demasiado sintético, a bateria pouco poderosa, o baixo nada convidativo e a voz de Ralf Scholz também cansa ao final de uma mão cheia de músicas - quanto mais treze. O caso típico de uma banda que lhe falta muita coisa mas que também não se pode dizer que não tenha as suas qualidades. A energia e a honestidade do amor ao género está cá. Não chega para se ter um álbum que se queira ouvir novamente, mas também não impede de ter algumas boas músicas como a "Fight To Survive". As duas últimas faixas têm uma produção diferente e dão ideia de terem sido retiradas de um outro lado qualquer, mas não há qualquer referência a esse facto nem de onde é que foram retiradas - apenas que "Land Of Eternal Fire" é gravada ao vivo. A sua presença não melhora em nada a forma como o álbum é encarado.


Nota: 5/10

Review por Fernando Ferreira