São as maravilhas do mundo moderno e do efeito de aldeia global, onde temos um quarteto com três dos seus membros num país, o Canadá, e o membro final, o vocalista Daniel Jansson, a viver noutro, na Suécia, sem que as duas partes estivessem alguma vez juntos. Considerando que este "Oblique To All Paths" é já o segundo trabalho, não deixa de ser uma representação de como em certa medida o mundo caminha para, por um lado, uma maior eficiência e facilidade de transpor obstáculos outrora intrasponíveis, por outro, uma crescente desumanização e perda do contacto pessoal, que por vezes faz com que a genialidade seja mais facilmente atingida. Apenas um breve devaneio que não será de todo desapropriado do som que se pode ouvir aqui.
"Oblique To All Paths" entra logo a matar, com o épico "Brooding Hex", que é um monstro paquidérmico e letárgico (no bom sentido) de doom metal tingindo a negro. Esta é a cor com que este álbum mais pinta, seja nas músicas mais épicas como num simples e singelo interlúdio intitulado "Distortion Of The Nature Of Mankind", que não soaria desajustado de um qualquer álbum de noise/drone. Um negro que se torna claustrofóbico e com isso, voltamos à primeira faixa. "Brooding Hex" é de tal forma enorme que acaba por deixar o ouvinte exaurido de forças e um pouco desorientado para continua com a atenção em pleno. Talvez seja um pouco erro de alinhamento, mas a verdade é que se a referida faixa ficasse em último seria um encerramento definitivo para o álbum e talvez para a vida do pobre ouvinte.
A mistura entre o ambiente black metal, que as vocalizações são parte bem integrante, e o doom pesado resulta numa hora do negro mais negro que pode haver, desconfortável, sujo e feio. Desconfortável, sujo e feio. São as palavras que se repetem na nossa mente até à exaustão, fruto de uma série de faixas que abrem um buraco negro e que começa a sugar para o seu interior tudo o que está ao seu alcance. Exactamente o que quem aprecia este género de música, procura. Aqui há um prato cheio disso. Para duas doses, aliás.
Nota: 7.5/10
Review por Fernando Ferreira
"Oblique To All Paths" entra logo a matar, com o épico "Brooding Hex", que é um monstro paquidérmico e letárgico (no bom sentido) de doom metal tingindo a negro. Esta é a cor com que este álbum mais pinta, seja nas músicas mais épicas como num simples e singelo interlúdio intitulado "Distortion Of The Nature Of Mankind", que não soaria desajustado de um qualquer álbum de noise/drone. Um negro que se torna claustrofóbico e com isso, voltamos à primeira faixa. "Brooding Hex" é de tal forma enorme que acaba por deixar o ouvinte exaurido de forças e um pouco desorientado para continua com a atenção em pleno. Talvez seja um pouco erro de alinhamento, mas a verdade é que se a referida faixa ficasse em último seria um encerramento definitivo para o álbum e talvez para a vida do pobre ouvinte.
A mistura entre o ambiente black metal, que as vocalizações são parte bem integrante, e o doom pesado resulta numa hora do negro mais negro que pode haver, desconfortável, sujo e feio. Desconfortável, sujo e feio. São as palavras que se repetem na nossa mente até à exaustão, fruto de uma série de faixas que abrem um buraco negro e que começa a sugar para o seu interior tudo o que está ao seu alcance. Exactamente o que quem aprecia este género de música, procura. Aqui há um prato cheio disso. Para duas doses, aliás.
Nota: 7.5/10
Review por Fernando Ferreira
