Um termo como black metal progressivo é ambicioso. Raramente cumprido porque à partida a complexidade daquilo que o termo progressivo exige é paradoxal ao que o black metal oferece por ser primitivo, cru e selvagem. E depois existem bandas como os Borknagar que sempre (ou quase sempre) tentaram atingir um equilíbrio entre os dois. E é o máximo o que se consegue para se ter black metal progressivo, elementos díspares a trabalhar em conjunto para um fim comum. Os Aenaon são gregos e este é o seu segundo álbum, depois de "Cendres Et Sang" ter sido muito bem recebido em 2011. "Extance" poderá ser classificado sem vergonha como black metal progressivo mas tal termo também não deixa de ser redutor. Como tudo o que é genial, encaixar perfeitamente no quer que seja é sempre redutor do seu génio.
Não é necessário o sax na "Deathtrip Chronicle", nem o orgão bem sixties na "Grau Diva" ou os instrumentos de sopro na "A Treatise On The Madness Of God" ou na "Der Mute Tod" para que se chegue essa conclusão. Essas são apenas pequenas migalhas no chão, é necessário dar um passo atrás e ver o enquadramento completo e é possível que isso não se consiga fazer logo de imediato, já que apesar daqueles que gostam de música progressiva (principalmente misturada com música extrema) ficarem fisgados, todos aqueles que gostam de coisas mais directas poderão estranhar ao início, mas como todas as coisas boas da vida, este álbum é para apreciar aos poucos e assistir à forma como o mesmo vai crescendo dentro do ouvinte aos poucos.
Mais um grande lançamento da Code666, apostada em trazer ao mundo aquilo que é necessário para desafiar a música na sua evolução - e deveria haver um prémio qualquer para isso, mas o maior prémio deverá mesmo ser poder lançar álbuns como "Extance", onde faixas como "Funeral Blues" ou o épico "Palindrome", que encerra o álbum, têm uma vida inesperada e tornam-se tão viciantes, que depois de mais de uma hora, fica-se com vontade de repetir tudo novamente, vezes sem conta. Típico caso de risco de injustiça de ser esquecido no final do ano por ter sido lançado demasiado cedo, mas mesmo assim... um dos álbuns do ano de 2014.
Nota: 9.5/10
Review por Fernando Ferreira
Não é necessário o sax na "Deathtrip Chronicle", nem o orgão bem sixties na "Grau Diva" ou os instrumentos de sopro na "A Treatise On The Madness Of God" ou na "Der Mute Tod" para que se chegue essa conclusão. Essas são apenas pequenas migalhas no chão, é necessário dar um passo atrás e ver o enquadramento completo e é possível que isso não se consiga fazer logo de imediato, já que apesar daqueles que gostam de música progressiva (principalmente misturada com música extrema) ficarem fisgados, todos aqueles que gostam de coisas mais directas poderão estranhar ao início, mas como todas as coisas boas da vida, este álbum é para apreciar aos poucos e assistir à forma como o mesmo vai crescendo dentro do ouvinte aos poucos.
Mais um grande lançamento da Code666, apostada em trazer ao mundo aquilo que é necessário para desafiar a música na sua evolução - e deveria haver um prémio qualquer para isso, mas o maior prémio deverá mesmo ser poder lançar álbuns como "Extance", onde faixas como "Funeral Blues" ou o épico "Palindrome", que encerra o álbum, têm uma vida inesperada e tornam-se tão viciantes, que depois de mais de uma hora, fica-se com vontade de repetir tudo novamente, vezes sem conta. Típico caso de risco de injustiça de ser esquecido no final do ano por ter sido lançado demasiado cedo, mas mesmo assim... um dos álbuns do ano de 2014.
Nota: 9.5/10
Review por Fernando Ferreira