A Noruega até pode não ser o destino mais indicado para aqueles viajantes adeptos do death metal mas não hajam dúvidas que desde o início de carreira dos Darkthrone (de Kolboth, localidade de onde também são originários estes Obliteration) que nos provou que nem só na vizinha Suécia se faz death metal de qualidade. Será que o mesmo se pode dizer do terceiro álbum deste quarteto? "Black Death Horizon" é o terceiro álbum da banda e começa com "The Distant Sun (They Are The Key)" um temazorro de death metal lento e opressivo, quase a chegar ao doom, e com uma aura underground que cheira mesmo bem aos ouvidos de quem aprecia coisas vintage.
É essa sensação que preenche todo o álbum e de diversas formas. O death/doom da primeira música dá lugar a "Goat Skull Crown", um death metal agressivo, com plo na venta e com direito a solos com o pedal wah (que fica sempre bem). Essa incapacidade de se manterem fieis a uma fórmula que condiciona a sua música - admitamos por breves momentos que o death metal old school não é das coisas mais maleáveis que se possa mexer - faz com que este álbum seja uma podridão musical cheia de classe e inteligência. Não é questão de ser forçosamente cru, de ser forçosamente analógico para caber numa prateleira que diz underground. É assim porque é assim que é. Sem nada de pouco natural à sua volta.
Talvez nem todos os amantes de death metal percebam isso, principalmente aquele death metal moderno, em que a potência está sobretudo na pujança da produção de som das suas músicas do que propriamente no ambiente que a sua música transminte ou sugere, implicitamente. Não será este o exemplo do death metal perfeito, nem tão pouco o disco do ano no que ao estilo diz respeito mas é definitivamente um grande regresso por parte de uma banda que surpreenderá para quem não os conhece. Um clássico moderno, um disco que poderão dizer que está deslocado no tempo, mas isso não lhe retira valor. Simplesmente não consegue. Ouçam a "Sepulchral Rites" ou a instrumental "Churning Magma (Outro)" e perceberão isso mesmo.
Nota: 8.3/10
Review por Fernando Ferreira
É essa sensação que preenche todo o álbum e de diversas formas. O death/doom da primeira música dá lugar a "Goat Skull Crown", um death metal agressivo, com plo na venta e com direito a solos com o pedal wah (que fica sempre bem). Essa incapacidade de se manterem fieis a uma fórmula que condiciona a sua música - admitamos por breves momentos que o death metal old school não é das coisas mais maleáveis que se possa mexer - faz com que este álbum seja uma podridão musical cheia de classe e inteligência. Não é questão de ser forçosamente cru, de ser forçosamente analógico para caber numa prateleira que diz underground. É assim porque é assim que é. Sem nada de pouco natural à sua volta.
Talvez nem todos os amantes de death metal percebam isso, principalmente aquele death metal moderno, em que a potência está sobretudo na pujança da produção de som das suas músicas do que propriamente no ambiente que a sua música transminte ou sugere, implicitamente. Não será este o exemplo do death metal perfeito, nem tão pouco o disco do ano no que ao estilo diz respeito mas é definitivamente um grande regresso por parte de uma banda que surpreenderá para quem não os conhece. Um clássico moderno, um disco que poderão dizer que está deslocado no tempo, mas isso não lhe retira valor. Simplesmente não consegue. Ouçam a "Sepulchral Rites" ou a instrumental "Churning Magma (Outro)" e perceberão isso mesmo.
Nota: 8.3/10
Review por Fernando Ferreira