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Entrevista aos Irminsul


“Fäder” é um dos álbuns mais épicos e ventureiros do underground europeu e é com esse novo disco que os suecos Irminsul terminam 2013. Falámos com a banda para perceber o que os diferencia do restante panorama folk e para desvendar uma ou outra curiosidade mais interna.

M.I. - Que forma esplêndida para acabar 2013 com o novo álbum “Fäder”. Está como queriam?

Nem tínhamos pensado nisso. O planeado era que o álbum devia ter sido finalizado mais cedo, mas as coisas demoraram mais do que pensámos. Mas aqui está o álbum, mais vale tarde do que nunca…


M.I. - Eu perguntei isso, em parte, por causa dos vários elementos que “Fäder” contém para além dos instrumentos orgânicos. Estava tudo pré-definido nas vossas cabeças ou esses elementos foram aparecendo durante a composição?

Já no nosso outro álbum usámos vários instrumentos, é parte da sonoridade de Irminsul. Por isso, a incorporação de uma carrada de elementos e instrumentos certamente planeada, mas não sabíamos exactamente como iria ser o resultado. A maioria das peças encaixou durante a fase de composição.


M.I. - Cada música em “Fäder” conta uma história – desde ladrões que se tornam carrascos até retiradas de exércitos. Qual é a tua história favorita?

É muito difícil responder a isso. “Clades Variana” está muito bem escrita e é estritamente histórica, quase como um dicionário. Os outros temas têm uma construção mais livre e são escritos com fantasia. Diria que gostamos de todas senão não as tínhamos lançado.


M.I. - “Clades Variana” é a minha favorita. Pergunto-me como terá sido compor e gravar esse tema devido à tensão histórica e à paixão que se sente enquanto a ouvimos.

“Clades Variana” é um tema remodelado de uma antiga composição do Robin e do Guzten e que foi gravado antes de Irminsul existir. A antiga versão chamava-se “At the Brink of Doom” e era totalmente power metal. Muito rápida e com letras sobre dragões, espadas grandes como o caraças, cavaleiros em armaduras brilhantes e todos esses clichés. De certa forma era uma boa canção e achámos que tinha sido uma vergonha ter-se tornado numa música tão horrível, por isso fizemos uma renovação e mudámos as letras para algo mais porreiro.


M.I. - Uma boa conquista dos Irminsul é a diversidade do género – desde folk metal até power metal, sem esquecer as nuances death metal na voz. Acham que essa diversidade é a chave que diferencia Irminsul da restante cena folclórica?

Sim, achamos. Penso que a maioria das bandas folk metal baseia a sua música no black metal e em géneros mais extremos, o que é totalmente aceitável, mas eu penso que a nossa música é mais baseada em bandas clássicas como Iron Maiden e por aí fora. É complicado ser-se objectivo quando se está tão próximo da música, mas acredito que temos o nosso próprio estilo dentro do género. Posso estar enganado…


M.I. - Acho que cantar na própria língua dá maior intenção às músicas; no entanto algum inglês já é ouvido em “Fäder”. É vossa intenção continuar a cantar em sueco ou um reconhecimento internacional pode fazer-vos mudar isso?

Definitivamente vamos manter as letras em sueco! O nosso primeiro álbum era apenas em sueco e desta vez sentimos que queríamos tentar algo novo. Não sei dizer se vamos ter letras em inglês no próximo álbum, mas sei que haverá em sueco!


M.I. - “Fäder” tem uma edição especial e limitada – falemos sobre isso.

O pacote é limitado a 100 cópias e há outro que contém uma versão do CD em digipak de tamanho A5, limitado a 200. Há uma t-shirt especial limitada a 100 e um patch bem bonito. O conjunto é louvável e esperamos que funcione como promoção, mas claro que é também é objecto de colecção para aqueles que gostam mesmo da banda.


M.I. - Como tem sido a vossa experiência com a Purity Through Fire?

A nossa cooperação tem sido muito descontraída e adapta-se muito bem a nós, porque não temos estado muito activos nos últimos tempos por diversas razões. Por exemplo, Guzten está a viver fora da Suécia há 3 anos e todos nos tornámos pais, o que nos ocupa bastante tempo. Essa é, por acaso, a razão do título do álbum – “Fäder” que significa pais. De qualquer maneira, o novo álbum está finalmente cá fora, estamos muitos contentes e já começámos a ensaiar e a tocar outra vez todos juntos. O nosso objectivo é dar seguimento a este álbum o mais rápido possível sem atrasos desnecessários.

Entrevista por Diogo Ferreira