Álbum de estreia do duo russo conhecido como Depicting Abysm que mostra quatro longas faixas de black metal depressivo e atmosférico, cujo principal tema é o oceano, inspirado num conto de Edgar Allan Poe e no trabalho do poeta russo Semyon Nadson. A primeira faixa começa com o som das ondas a baterem e a melodia surge, aos poucos, conquistando terra, onda após onda, até se tornar no centro das atenções. Pode-se considerar a faixa como se tratasse de uma longa intro para o trabalho, já que é um pouco repetitiva - conseguindo tornar-se hipnótica em vez de aborrecida - e instrumental. Um bom início.
Quando se tem um duo, normalmente é a fórmula falhada de uma one man band, ou seja, temos sempre aquele que toca todos os instrumentos e o outro responsável pela voz e letra e é exactamente o que se passa aqui - A. na parte dos instrumentos e programação (sóbria o suficiente para não se notar que é programada" e K. na parte da voz e das letras, que faz a sua estreia na "Descent" e dá-nos a certeza de que era bem melhor de que os Depicting Abysm fossem realmente uma one-man-band e que em vez de ter vocalista, fosse instrumental. Não é que a voz de K. seja má para o género. Cumpre todos os requisitos para o black metal depressivo, cheia de desespero e tal, mas fica a ideia de que se as músicas fossem instrumentais seriam bem mais poderosas.
Apesar desse ponto, o trabalho todo funciona muito bem como um todo e a voz acaba por se tornar um mal menor, até porque como já disse, não é estranha ao estilo. Melancolia, um certo andamento doom e pontaria nos momentos em que são repetidos até à exaustão, nunca chegando-o mesmo a atingir, algo que é, só por si, uma vitória. Um trabalho interessante e mais uma banda do género que vale a pena acompanhar, ficando a curiosidade se as ideias vão continuar fluir no futuro como parecem ter fluido aqui. A conhecer.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira
Quando se tem um duo, normalmente é a fórmula falhada de uma one man band, ou seja, temos sempre aquele que toca todos os instrumentos e o outro responsável pela voz e letra e é exactamente o que se passa aqui - A. na parte dos instrumentos e programação (sóbria o suficiente para não se notar que é programada" e K. na parte da voz e das letras, que faz a sua estreia na "Descent" e dá-nos a certeza de que era bem melhor de que os Depicting Abysm fossem realmente uma one-man-band e que em vez de ter vocalista, fosse instrumental. Não é que a voz de K. seja má para o género. Cumpre todos os requisitos para o black metal depressivo, cheia de desespero e tal, mas fica a ideia de que se as músicas fossem instrumentais seriam bem mais poderosas.
Apesar desse ponto, o trabalho todo funciona muito bem como um todo e a voz acaba por se tornar um mal menor, até porque como já disse, não é estranha ao estilo. Melancolia, um certo andamento doom e pontaria nos momentos em que são repetidos até à exaustão, nunca chegando-o mesmo a atingir, algo que é, só por si, uma vitória. Um trabalho interessante e mais uma banda do género que vale a pena acompanhar, ficando a curiosidade se as ideias vão continuar fluir no futuro como parecem ter fluido aqui. A conhecer.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira