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Airbag - "The Greatest Show On Earth" Review


São discos como estes que me fazem sentir felizardo com a minha vida. Ter a oportunidade de conhecer bandas das quais não tinha qualquer ideia da sua existência e para mais, ficar completamente apaixonado pela sua música, é sem dúvida bom para além de qualquer palavra ou tentativa inútil de descrição. Os Airbag lançam com este "The Greatest Show On Earth" e para quem não os conhece talvez a melhor descrição seja... os Pink Floyd morreram e reencarnaram numa fusão de Riverside e Porcupine Tree. A breve introdução, "Surveillance (Part 1)" e a faixa seguinte, "Redemption" faz com que se mergulhe naquilo que as duas bandas atrás mencionadas já fizeram, mas não de uma forma a soar a rip-off. Aquela lembrança de algo que se gosta muito, aqueles amigos saudosos - mais no caso dos Floyd, visto que Riverside continuam a dar-nos música para voar.

Voar é o termo correcto, principalmente quando a guitarra de Bjorn Riss se faz ouvir e quando ela se faz ouvir, ela faz-se sentir, tal como Gilmour. "Call Me Back" pode custar a entrar porque muitos podem achar que se trata de uma ego trip, fazer uma música de onze minutos, onde a guitarra é esminfrada até aos limites das suas capacidades, mas isso é tudo um raciocínio de alguém com os pés no chão. Quando a música ainda não chegou a metade, quem tiver mergulhado nela já está a voar. "Intenso" é um adjectivo que não lhe faz justiça, indo buscar o espírito de "Shine On You Crazy Diamond" misturado com "Dogs" e uns toques de "Escalator Shrine" dos Riverside no seu último álbum.

Em apenas seis faixas, o grupo norueguês esbanja talento para uma vida inteira e este álbum não tem momentos maus. Talvez a intro já mencionada pareça um pouco sem sentido e pudesse ter sido feita de outra forma, mas é mesmo o único apontamento que se pode fazer porque de resto tudo resulta em pleno num álbum que à primeira audição tem fôlego para viver para sempre. Sem querer ser herético nem ofender ninguém, este é um álbum que os Pink Floyd deviam ter lançado após o "Division Bell", sendo superior em muitos aspectos. A faixa final "Surveillance (part 2-3)" é essa prova. Claro que é necessário gostar-se de música progressiva, é necessário gostar de música que mexam com as emoções porque de outra forma, vai passar ao lado completamente. Para todos os outros, aqueles que gostam de música progressiva, aqueles que vivem e sentem a sua música através das emoções, este poderá ser um dos discos da sua vida.
 
Nota: 9.7/10

Review por Fernando Ferreira