About Me

Tyr - "Valkyrja" Review


O tempo voa. Já passaram dois anos desde o último álbum dos Tyr, o morno "The Lay Of Storm", que cujos pontos altos eram mesmo as versões, uma de Black Sabbath e outra de Dio. Com as expectivas mais moderadas que antes, este "Valkyrja" surge como uma agradável surpresa. A fórmula continua a mesma dos últimos tempos - mais consiso (as músicas têm em média cerca de quatro minutos), mais focado do que anteriormente, sem esquecer os refrões bem conseguidos. Se a fórmula é a mesma, então porquê é uma agradável surpresa? Simples, desta vez, as músicas são mais memoráveis. Tão simples quanto isso.

É um álbum feito para tocar ao vivo, mais simples, menos complexo, mais apoiado nas melodias fáceis de memorizar e na fantástica voz de Heri Joensen. Longe vão os dias de faixas épicas com mais de dez minutos ou de elementos tradicionais da cultura nórdica (mais concretamente, das ilhas faroé). A parte do metal progressivo usado para os descrever já há muito ficou para trás, sendo que a vertente power metal já faz parte da sua presenten identidade. Esta é uma questão difícil de encarar pelos seus fãs hardcore - parecendo que não os Tyr já são uma banda com  quinze anos de carreira e com sete álbuns editados - mas na realidade só há duas formas de lidar com a realidade presente, ou se aceita ou nem por isso. Quem a aceitar é capaz de ganhar mais proveito, já que há aqui bastante qualidade seja na forma de refrões antémicos ou de solos de guitarra de altíssimo nível.

Existem uma série de faixas que se destacam, desde a de abertura "Blood Of Heroes" passando pela intensa "Hel Hath No Fury" e pela ritmicamente frenética "Another Fallen Brother". É um álbum indicado para todos os apreciadores de power metal - que acaba por o ser, sem propriamente exagerar em todos os clichês que fazem parte do género. Onde há um ligeiro piscar de olhos ao passado é no tema-título, o épico do costume a fechar o álbum. Sem dúvida, um bom álbum para os que gostam de coisas simples mas com conteúdo, que é o caso que se tem aqui Como brinde, temos duas covers, como já vem sendo hábito. Desta feita, "Where The Eagles Dare" de Iron Maiden e "Cemetary Gates" dos Pantera em duas versões simplesmente abismais e a provar que quem tem um vocalista destes tem tudo e pode fazer tudo o que quiser.
 
Nota: 8.5/10
Review por Fernando Ferreira