Dificilmente uma banda alemã que canta na sua língua nativa
terá possibilidades de gozar de uma alargada exposição em termos comerciais, a
não ser que seja uma banda como Rammstein, mas mesmo para eles, não terá sido
um percurso fácil e terão de ser inseridos num certo contexto – numa altura em
que o que se convenciona como nu-metal estava a surgir e a dominar o interesse
tanto do público como da crítica. Ora os Thrudvangar são alemães, cantam em
alemão, mas o que tocam é um death/black metal com apoiado liricamente na
temática viking – seria mais fácil chamar viking metal mas a verdade é que
continua a ser apenas death e black metal misturados.
“Tiwaz” é já o quinto álbum, mas o primeiro para a Massacre
Records, tendo assim uma hipótese de alargar o seu público. Não se poderá
dizer, no entanto, que a banda demonstre aqui – ou em qualquer trabalho
anterior – algo exótico que os distinga da enorme quantidade de bandas que
surgem do género. O utilizar de melodias acústicas ocasionalmente não chega
para combater a concorrência de bandas que utilizam de forma mais acentuada as
suas raízes pagãs ou celtas.
Não deixa de ser um álbum interessante, onde se destaca a
faixa que encerra o álbum, “Abschied”, onde os tais elementos acústicos e as
melodias utilizadas fazem realmente a diferença, mas no resto, não se pode
dizer que exista aqui algo que sobressaia ao que se tem feito e vai fazendo no
espectro do death/black metal. Não quer isto dizer que “Tiwaz” é um mau álbum.
Apenas não consegue ser memorável. Numa altura em que os públicos são mais
exigentes – e por vezes até injustos – é suficiente para passar despercebido.
Até mesmo numa editora como a Massacre.
Review por Fernando Ferreira