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Root - "Viginti Quinque Annis In Scaena" Review


Se há uma banda clássica que antecedeu a segunda vaga de black metal (aquela que se reconhece como tendo origem na Escandinávia, no início dos anos noventa) e que ainda continua activa nos dias de hoje, essa banda são os Root, da Républica Checa. A sua proposta nunca foi tão marcante como a de bandas como Bathory e Celtic Frost, mas sempre se pautou por uma intensidade e uma coerência em termos de ideologia que a tornou respeitada por todos - Big Boss, o frontman (o nome não foi escolhido ao acaso) chegou inclusivé a fundar a igreja satânica, ou a sua filial, no Républica Checa. Assim sendo, não são necessárias muitas mais justificações para o lançamento do segundo álbum ao vivo, totalmente captado em 2011, no seu país natal.

Uma das características do som dos checos é o facto das vozes serem na sua maioria limpas, não sendo sempre, no entanto, perceptíveis, mesmo aquelas que são cantadas em inglês, que é o caso deste lançamento ao vivo, tirando os clássicos "Hřbitov" e "Píseň Pro Satana" (ambas retiradas da segunda demo da banda). A banda revisita praticamente a sua carreira inteira, deixando apenas de fora os álbuns intermédios "Kärgeräs","The Book" e "Black Seal" mas acabam por conseguir uniformizar todas as diferentes fases da sua carreira, de uma forma que irá impressionar quem não os conhece.

Mais do que ser uma boa forma de introduzir a banda para todos os que a desconhecem, também é uma boa prova de que o valor dos checos não reside apenas na reputação que conseguiram criar no underground, num culto que tem apenas importância no seu nome e não na música. Musicalmente, este álbum ao vivo é uma prova em como há muito valor nos Root, uma abordagem única ao heavy metal, com tiques de thrash, aqui e ali e um certo factor desconhecido que faz com que realmente esta banda mereça todo o culto à sua volta. Como é costume acontecer nestas coisas, este lançamento é limitado a 666 cópias, com um dvd bónus com documentários sobre as tours da banda nos últimos anos. Também disponível em vinil duplo, edição limitada a 300 cópias. Clássico.
 
Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira