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Sacred Gate - "Tides Of War" Review


A lenda dos trezendos guerreiros de esparta está na mó de cima, seja pelas referências na cultura popular, seja pelo livro de banda desenhada por parte de Frank Miller ou a sua adaptação ao grande ecrã, é sem dúvida um tema apetecível para focar principalmente quando se está numa banda de power metal. É exactamente sobre essa lenda que foca o segundo álbum dos Sacred Gate. Depois de uma intro instrumental de sintetizadores que não tem grande efeito, "The Immortal One" soa revelando um heavy/power metal, tipicamente alemão, com todas as suas qualidades e defeitos.

A faixa demora um pouco a crescer e o refrão não é dos mais eficazes mas não deixa de ser uma boa malha de heavy metal. No entanto, essa sensação é uma que vai acompanhando o álbum, conforme as músicas se vão sucedendo. Riffs que não são assim tão memoráveis, linhas vocais a condizer e um certo marasmo que se instala, sendo a faixa título um bom exemplo. Com as seguintes "Defenders (Valour Is In Our Blood)" e "Gates Of Fire", as coisas ficam bem mais interessantes, com riffs energéticos e uma entrega vocal a acompanhar o ritmo. A balada "Never To Return" quebra um pouco o ritmo, mas é um bom tema, dentro do feeling indicado para o conceito do álbum.

"The Final March" vai buscar um pouco de mais epicidade, característica esperada para este conceito, e é uma das melhores do álbum, talvez por ser instrumental, mas definitivamente por ser aquela que evidencia mais o grande trabalho de guitarra por parte de Nicko Nikolaidis. Uma grande malha, sem dúvida. O álbum termina com três fórmulas distintas, a energética ("Spartan Killing Machine"), a épica a incentivar à batalha ("Path To Glory") e o clichê da épica com mais de dez minutos que tem de tudo um pouco, inclusivé um solo de guitarra cheio de feeling metaleiro ("The Battle Of Thermopylae").

"Tides Of War" é um bom álbum de heavy metal/power metal, que não tenta fugir muito aos seus clichês, algo que o limita um pouco. A voz de Jim Over também se revela um pouco cansativa, por ser um timbre que já ouvimos bastantes vezes no passado, noutras bandas, numa altura em que o power metal era grande - de salientar que o timbre é bem mais grave do que aquilo que a categoria power metal poderá sugerir. E é a sensação que se tem, de que se este álbum fosse lançado cerca de dez anos atrás, teria tido causado muito mais impacto do que aquele que causa hoje. De qualquer forma, apesar de todos os seus defeitos, não deixa de ser um trabalho honesto que não vai ser indiferente para todos os apreciadores de heavy metal da velha guarda, não deixa de ser um bom álbum.
 
Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira