Foi aos microfones da rádio israelita KZRADIO.net que Dave Lombardo abriu o livro sobre os Slayer e a sua ausência da mais recente tour, irónica e algo profeticamente, um dia antes do falecimento de Jeff Hanneman, Dave, que anda em tour com o seu projecto Philm, foi substituído por Jon Dette (Testament e Anthrax) e sobre a sua ausência declarou o seguinte: «Basicamente, eu tinha de renegociar o meu contrato há dois anos e meio e, como é demasiado complicado para eu o fazer, contratei uma advogada. Ora, a minha advogada começou a fazer perguntas e as respostas que ela obteve não estavam correctas, não eram as respostas certas. Durante dois anos e meio trabalhamos nisto e, em 2013, quando os Slayer tinham de partir em digressão, eu disse: “Pessoal, não posso ir em digressão a menos que resolvamos isto.” Tudo o que eu preciso é de transparência. Se estás a fazer dinheiro para alguém e esse alguém te paga um percentagem, tens de saber para onde vai tudo. Eles dizem que eu não mereço saber e eu não concordo porque, como é que vais saber se o que recebeste está certo se não conheces o valor total? (…) É complicado mas estamos a tentar resolver o assunto. Enviei um email ao Kerry e ao Tom a dizer: “Pessoal, vamos resolver isto como homens, vamos lá. A história da banda vai cair por terra e os fãs vão ficar desapontados!”, ainda não tive qualquer resposta. (…)”.
Quando questionado sobre as críticas dos fãs ao facto de ter saído por motivos monetários, Dave explica que as pessoas não compreendem bem que para se ser músico é necessário ser-se, também, um homem de negócios, porque há contratos para respeitar que são essenciais para garantir os direitos dos músicos.
Sobre o possível regresso à banda num futuro próximo, Dave diz que é difícil de dizer e que apesar de, por ele, as portas estarem abertas para uma negociação as coisas não estão nas mãos dele. «Os fãs já se pronunciaram e eles sentem que a banda deve manter-se unida e não contratar uma pessoa que… quero dizer, o Jon é uma excelente pessoa mas ele fez algum álbum?» disse «que raio de escolha musical é essa? É o mesmo que eu trazer para a minha banda alguém que não goste de música pesada… não sei, é muito estranho… Espero que as coisas se componham (…) quando formos velhos e já não conseguirmos tocar mais quero que continuemos a ser “OS” Slayer porque continuamos todos vivos, conseguem imaginar se um de nós morrer? É como os Led Zeppelin (…) não é a mesma coisa».
JM