Quando por volta dos anos 90, os italianos Novembre começaram as suas actividades, porventura nunca pensariam que pudessem fazer escola de metal gótico num país como a Itália, tão pouco dado a estas andanças mais depressivas. Atrás deles vieram os Lacuna Coil, The Foreshadowing, e também estes Resonance Room, entre muitos outros mais obscuros.
Untouchable Failure é então a segunda proposta dos italianos, que se segue a Unspoken de 2009, com um misto de recepções. Com este pequeno hiato de 4 anos a banda limou umas quantas arestas e falhas na sua composição, a apresenta-nos um álbum ligeiramente superior, e com umas quantas malhas bem satisfatórias, a reter, o inicial The Great Insomnia, e o seu bom refrão, Naivety and Oblivion, com grandes riffs, a bela melodia da balada Prometheus ou o excelente groove de Unending Loss, que lá para o meio até oferece um inesperado break de piano que resulta maravilhosamente, fazendo desta de longe a melhor faixa do disco. Temas que bem espelham a emoção e intensidade dos Resonance Room vindas especialmente da voz melodramática de Alessandro Consoli, e das linhas melódicas da guitarra de Riccardo Failla, que no fim das contas são mesmo os grandes argumentos da banda.
Embora a editora os queira fazer mais progressivos do que realmente são, com alusões a Pain of Salvation ou Porcupine Tree, de facto as estruturas da banda saem um pouco do convencional, o que dá um interesse significativo nos bons momentos, da mesma forma que em outras alturas as faz arrastar em demasia, o que acaba por ser o grande ónus de Untouchable Failure, traduzindo-se em algumas faixas que dificilmente passam da categoria de fillers, por mais escutas e tempo que lhes dediquemos.
Um álbum na sua generalidade satisfatório, mas se os Resonance Room quiserem verdadeiramente impor a sua marca, terão que fazer um bocadinho melhor que isto.
Nota: 7.5/10
Review por António Salazar Antunes